Houve um dia, há bastantes anos (tinha eu acabado de entrar na universidade e fui tratar de papelada), passeava-me por Lisboa e descia em direcção ao Rossio.
Eu não tinha quase dinheiro nenhum, o dia estava lindo e convidava a um passeio. Tempo tinha eu de sobra - não tinha pressa.
Desci o Campo Grande até Entrecampos, conhecia muitíssimo mal Lisboa e ia-me orientando pelos placards dispostos nas esquinas mais importantes.
Ao chegar a Entrecampos e tendo algumas opções de caminho à escolha perguntei a um polícia qual seria a melhor opção para mim. A resposta dele foi para eu ir de metro ou de autocarro, que era muito longe para ir a pé. Disse-lhe que a minha opção de meio de transporte estava tomada, ia a pé. Queria orientação no rumo. A única orientação foi que podia apanhar o 45 (entre outros que agora já não me lembro).
Agradeci. Agradeci o tempo dispendido. No fundo aquele senhor ficou estupidificado a olhar para mim como se eu fosse uma louca que fosse a pé (imagine-se!!) do Campo Grande ao Rossio*.
Pergunto-me ainda hoje porque teimam as pessoas em dizer "não vás, desse modo, vai deste" quando o que lhes perguntamos é "devemos ir por aqui ou por ali?"
Porque teimam as pessoas em impingir-nos um modo de "transporte". Porque é tão fácil censurar a opção? Recearão que pelo modo que escolhemos acabe por "sobrar" para elas?
... bem, isto já é para as filosofias de bolso. A memória termina comigo a escolher uma direcção: segui pela Av. João XXI, Av. de Roma, Praça de Londres, Av. de Paris, Av. Almirante Reis e por aí fora até ao Martim Moniz.
*Quantas vezes esta "louca" não fez bem mais que isso, quando ia do Campo Grande ao Cais do Sodré pelo sítio mais longe, metia pela Encarnação, descia a Rua da Misericórdia, a Rua do Alecrim e lá ia eu descansadinha da vida: eu e o meu walkman.
Eu não tinha quase dinheiro nenhum, o dia estava lindo e convidava a um passeio. Tempo tinha eu de sobra - não tinha pressa.
Desci o Campo Grande até Entrecampos, conhecia muitíssimo mal Lisboa e ia-me orientando pelos placards dispostos nas esquinas mais importantes.
Ao chegar a Entrecampos e tendo algumas opções de caminho à escolha perguntei a um polícia qual seria a melhor opção para mim. A resposta dele foi para eu ir de metro ou de autocarro, que era muito longe para ir a pé. Disse-lhe que a minha opção de meio de transporte estava tomada, ia a pé. Queria orientação no rumo. A única orientação foi que podia apanhar o 45 (entre outros que agora já não me lembro).
Agradeci. Agradeci o tempo dispendido. No fundo aquele senhor ficou estupidificado a olhar para mim como se eu fosse uma louca que fosse a pé (imagine-se!!) do Campo Grande ao Rossio*.
Pergunto-me ainda hoje porque teimam as pessoas em dizer "não vás, desse modo, vai deste" quando o que lhes perguntamos é "devemos ir por aqui ou por ali?"
Porque teimam as pessoas em impingir-nos um modo de "transporte". Porque é tão fácil censurar a opção? Recearão que pelo modo que escolhemos acabe por "sobrar" para elas?
... bem, isto já é para as filosofias de bolso. A memória termina comigo a escolher uma direcção: segui pela Av. João XXI, Av. de Roma, Praça de Londres, Av. de Paris, Av. Almirante Reis e por aí fora até ao Martim Moniz.
*Quantas vezes esta "louca" não fez bem mais que isso, quando ia do Campo Grande ao Cais do Sodré pelo sítio mais longe, metia pela Encarnação, descia a Rua da Misericórdia, a Rua do Alecrim e lá ia eu descansadinha da vida: eu e o meu walkman.
6 comentários:
«Recearão que pelo modo que escolhemos acabe por "sobrar" para elas?»
Talvez, em algumas ocasiões. Mas creio que na maioria dos casos é porque simplesmente as pessoas não ouvem o que se lhes diz. Estranham a coisa e ficam-se por ali.
Esta é uma atitude que eu observo muitas vezes nas pessoas e, infelizmente, também algumas vezes em mim própria...
Ah! (eu outra vez!)
A propósito de as tuas memórias activarem as minhas:
Eu adoro andar muito tempo a pé em Lisboa, já percorri longamente a cidade várias vezes. Lisboa é uma cidade linda e a maioria das pessoas que nela andam, não andam... passam. Eu ando, olho, paro, cusco... e penso nas parvoíces que hei-de escrever... no meu blogue, claro! Em blogues alheios eu porto-me sempre benzinho...
Beijo
P.S.
Hoje 'tou um cadito mais faladora que o costume... :)
Eu adoro andar, por isso não acho nada louco. Faço muitas vezes o caminho do escritório (Campo Pequeno) para casa (Anjos) a pé, bem como escritório, Fnac do Chiado. Andar ajuda-me a pensar.
Esse percurso é-me familiar! Fiz umas quantas vezes a pe o percurso do Terreiro do Paco a Cidade Universitária em dias de sol e sem pressa. E muitas vezes da Praca de Espanha a Cidade Universitaria, via Catolica... toda a gente que sabia me achava uma extra-terrestre... pelos vistos viemos as duas na mesma nave! Bj
Olá, Vanda
Sim, tuas memórias ativam as minhas saudades de Lisboa. Gostaria de voltar a perambular por suas ruas arborizadas e, incrível(!), com árvores carregadinhas de frutos. Ainda é assim?
Adoro minha São Paulo, mas confesso que nas árvores que alegram nossas ruas, praças e avenidas, o máximo de que 'desfrutam' nossos olhares, são as flores, jamais os frutos.
Aliás, como disse Gigi nos comentários acima, aqui também, em geral, as pessoas não andam, passam... não ouvem o que se lhes diz... olham, mas não vêm as belezas que as cercam... passam pela vida apressadas e se esquecem de viver...
Voltarei ao seu simpático blog.
Quando tiveres um tempinho, visite o meu. O endereço é www.novaeleusis.blogspot.com
Abraços, Suzete
v., nem sei como vim parar aqui. gostei. não conheço lisboa muito bem. fiquei com vontade de andar por aí, nossas tantas memórias, como tenho andado por aqui. espero voltar. lembre-se: e nós vamos ler.
v.
Enviar um comentário