Pink Floyd, Wish you were here
terça-feira, outubro 06, 2009
quarta-feira, setembro 30, 2009
Parabéns avô.
Este é o meu 3º 30 de Setembro na blogosfera e tenho a certeza que escrevi sempre qualquer coisa. Para quem me lê desde aí deve ser já uma seca. Sorry...
Talvez porque não me lembro de um único 30 de Setembro passado como meu avô. Um único... Partilhei a superfície da Terra com alguém que além de 1/4 dos genes que tenho me deu tanto amor, compreensão, doces, brinquedos, colo, olhares meigos, risos, ensinamentos durante 13 anos e não me lembro de um único aniversário dele.
Este é o meu 3º 30 de Setembro na blogosfera e tenho a certeza que escrevi sempre qualquer coisa. Para quem me lê desde aí deve ser já uma seca. Sorry...
Talvez porque não me lembro de um único 30 de Setembro passado como meu avô. Um único... Partilhei a superfície da Terra com alguém que além de 1/4 dos genes que tenho me deu tanto amor, compreensão, doces, brinquedos, colo, olhares meigos, risos, ensinamentos durante 13 anos e não me lembro de um único aniversário dele.
quarta-feira, setembro 23, 2009
Houve um dia, há bastantes anos (tinha eu acabado de entrar na universidade e fui tratar de papelada), passeava-me por Lisboa e descia em direcção ao Rossio.
Eu não tinha quase dinheiro nenhum, o dia estava lindo e convidava a um passeio. Tempo tinha eu de sobra - não tinha pressa.
Desci o Campo Grande até Entrecampos, conhecia muitíssimo mal Lisboa e ia-me orientando pelos placards dispostos nas esquinas mais importantes.
Ao chegar a Entrecampos e tendo algumas opções de caminho à escolha perguntei a um polícia qual seria a melhor opção para mim. A resposta dele foi para eu ir de metro ou de autocarro, que era muito longe para ir a pé. Disse-lhe que a minha opção de meio de transporte estava tomada, ia a pé. Queria orientação no rumo. A única orientação foi que podia apanhar o 45 (entre outros que agora já não me lembro).
Agradeci. Agradeci o tempo dispendido. No fundo aquele senhor ficou estupidificado a olhar para mim como se eu fosse uma louca que fosse a pé (imagine-se!!) do Campo Grande ao Rossio*.
Pergunto-me ainda hoje porque teimam as pessoas em dizer "não vás, desse modo, vai deste" quando o que lhes perguntamos é "devemos ir por aqui ou por ali?"
Porque teimam as pessoas em impingir-nos um modo de "transporte". Porque é tão fácil censurar a opção? Recearão que pelo modo que escolhemos acabe por "sobrar" para elas?
... bem, isto já é para as filosofias de bolso. A memória termina comigo a escolher uma direcção: segui pela Av. João XXI, Av. de Roma, Praça de Londres, Av. de Paris, Av. Almirante Reis e por aí fora até ao Martim Moniz.
*Quantas vezes esta "louca" não fez bem mais que isso, quando ia do Campo Grande ao Cais do Sodré pelo sítio mais longe, metia pela Encarnação, descia a Rua da Misericórdia, a Rua do Alecrim e lá ia eu descansadinha da vida: eu e o meu walkman.
Eu não tinha quase dinheiro nenhum, o dia estava lindo e convidava a um passeio. Tempo tinha eu de sobra - não tinha pressa.
Desci o Campo Grande até Entrecampos, conhecia muitíssimo mal Lisboa e ia-me orientando pelos placards dispostos nas esquinas mais importantes.
Ao chegar a Entrecampos e tendo algumas opções de caminho à escolha perguntei a um polícia qual seria a melhor opção para mim. A resposta dele foi para eu ir de metro ou de autocarro, que era muito longe para ir a pé. Disse-lhe que a minha opção de meio de transporte estava tomada, ia a pé. Queria orientação no rumo. A única orientação foi que podia apanhar o 45 (entre outros que agora já não me lembro).
Agradeci. Agradeci o tempo dispendido. No fundo aquele senhor ficou estupidificado a olhar para mim como se eu fosse uma louca que fosse a pé (imagine-se!!) do Campo Grande ao Rossio*.
Pergunto-me ainda hoje porque teimam as pessoas em dizer "não vás, desse modo, vai deste" quando o que lhes perguntamos é "devemos ir por aqui ou por ali?"
Porque teimam as pessoas em impingir-nos um modo de "transporte". Porque é tão fácil censurar a opção? Recearão que pelo modo que escolhemos acabe por "sobrar" para elas?
... bem, isto já é para as filosofias de bolso. A memória termina comigo a escolher uma direcção: segui pela Av. João XXI, Av. de Roma, Praça de Londres, Av. de Paris, Av. Almirante Reis e por aí fora até ao Martim Moniz.
*Quantas vezes esta "louca" não fez bem mais que isso, quando ia do Campo Grande ao Cais do Sodré pelo sítio mais longe, metia pela Encarnação, descia a Rua da Misericórdia, a Rua do Alecrim e lá ia eu descansadinha da vida: eu e o meu walkman.
quinta-feira, setembro 17, 2009
O que é amargo nunca adoçou
Há muitos muitos anos, num sítio muito muito distante, havia um grupo de meninos e meninas. Blá blá blá para a frente com pormenores da treta tirando a distância da praia à Mabi e tirando o calor que quase nem dava para respirar, todos no grupo queriam croissants mas ninguém queria ir buscar, eu e outra rapariga voluntariámo-nos e lá fomos praia acima até à vila, a caminho alguns dos pedidos e optámos por trazer recheio de ovo para aqueles que esquecemos o que queriam, e todos compreenderam... bem, nem todos.
Nem sempre as melhores intenções têm os melhores resultados e C., acredita, posso viver mais 80 anos que não haverá alzheimer que me faça esquecer que odeias croissant de recheio de ovo.
Nem sempre as melhores intenções têm os melhores resultados e C., acredita, posso viver mais 80 anos que não haverá alzheimer que me faça esquecer que odeias croissant de recheio de ovo.
quinta-feira, setembro 10, 2009
A rentreé era sempre a época mais ansiada por mim. O final das aulas, em Junho, era sempre a mesma tristeza, ter que passar as férias a ocntar os dias para regressar às aulas, para regressar ao único ambiente em que me sentia bem.
As memórias tornam-se difusas, há o doce sabor da lembrança do entusiasmo do regresso às aulas misturado com uma certa tristeza de não conseguir estabelecer uma linha temporal concreta de surante quanto tempo foi assim: terá sido "sempre"?
Hoje pergunto-me sobre tudo isso.
As memórias tornam-se difusas, há o doce sabor da lembrança do entusiasmo do regresso às aulas misturado com uma certa tristeza de não conseguir estabelecer uma linha temporal concreta de surante quanto tempo foi assim: terá sido "sempre"?
Hoje pergunto-me sobre tudo isso.
terça-feira, setembro 01, 2009
Momento lamechas
Rita Coolidge, We are all alone
Esta música terá para cima de 30 anos, lembro-me de ser muito muito miudinha e de me tocar mesmo mesmo cá no fundo sem nunca ter percebido porquê.
Há meia hora, no super, estava a tocar. Memorizei o refrão, procurei e depois de ler a letra ainda toca mais. E pronto: cá está ela.
Há meia hora, no super, estava a tocar. Memorizei o refrão, procurei e depois de ler a letra ainda toca mais. E pronto: cá está ela.
quarta-feira, agosto 12, 2009
Coisas de infância
Enquanto escrevia um post no blog sem nome surgiu-me a ideia para outro (este) e desse surgiu-me esta memória, uma mémória que não é de todo linear, vários aspectos acabam por estar intrincados nesta coisinha "tão simples" que é a vida familiar na infância e as suas repercurssões na vida adulta.
Para quem não vai ler o post do Sem Nome a memória surgiu-me ao escrever que «Não, não tenho feitio nem de queixas nem de lamúrias nem de desabafos banais. Para mim a lágrima é uma coisa séria».
Nem sempre fui assim e o feitio também é uma coisa que se molda.
Quando eu era miúda eu e o meu irmão andávamos constantemente às turras, e andar às turras era nos dias bons: aquilo era de fazer sangue. Enfim, dávamo-nos muuuito bem!
Uma regra que havia em casa (e mesmo com o divórcio continuou a vigorar mas passou a vigorar em duas casas - na da mãe e na do pai) era não haver queixinhas.
As coisas passavam-se sempre da mesma forma (ou quase sempre): havia a briga e chorava-se. Vinha o pai ou a mãe pôr ordem na questão, começavam as queixas de "foi ele!!" ou "foi ela!!" e a única resposta da mãe era que não interessava quem tinha sido, não ouvia queixas. Bem... o pai era mais radical: quem se queixasse, mesmo tendo razão, apanhava uma palmada e acreditem que a mão do meu pai de leve nunca teve nada.
O que sempre me deixou danada foi apanhar de dois lados: do meu irmão, que me ia bater, empurrar, puxar cabelos ou o que fosse que lhe desse na telha, e assim que eu resmungava ou refilava ou chorava (dependendo do estímulo) apanhar do meu pai por me estar a manifestar.
Mas asseguro que o que não nos mata torna-nos mais fortes e também asseguro que pode demorar algum tempo mas sempre nos adaptamos às situações.
O que sei e tenho a certeza absoluta é que este tipo de educação teve toda a influência no modo como manifesto as situações menos boas (e apesar de tudo também as boas) que acontecem na minha vida e nunca mas nunca seria possível se eu não tivesse tido irmãos.
Para quem não vai ler o post do Sem Nome a memória surgiu-me ao escrever que «Não, não tenho feitio nem de queixas nem de lamúrias nem de desabafos banais. Para mim a lágrima é uma coisa séria».
Nem sempre fui assim e o feitio também é uma coisa que se molda.
Quando eu era miúda eu e o meu irmão andávamos constantemente às turras, e andar às turras era nos dias bons: aquilo era de fazer sangue. Enfim, dávamo-nos muuuito bem!
Uma regra que havia em casa (e mesmo com o divórcio continuou a vigorar mas passou a vigorar em duas casas - na da mãe e na do pai) era não haver queixinhas.
As coisas passavam-se sempre da mesma forma (ou quase sempre): havia a briga e chorava-se. Vinha o pai ou a mãe pôr ordem na questão, começavam as queixas de "foi ele!!" ou "foi ela!!" e a única resposta da mãe era que não interessava quem tinha sido, não ouvia queixas. Bem... o pai era mais radical: quem se queixasse, mesmo tendo razão, apanhava uma palmada e acreditem que a mão do meu pai de leve nunca teve nada.
O que sempre me deixou danada foi apanhar de dois lados: do meu irmão, que me ia bater, empurrar, puxar cabelos ou o que fosse que lhe desse na telha, e assim que eu resmungava ou refilava ou chorava (dependendo do estímulo) apanhar do meu pai por me estar a manifestar.
Mas asseguro que o que não nos mata torna-nos mais fortes e também asseguro que pode demorar algum tempo mas sempre nos adaptamos às situações.
O que sei e tenho a certeza absoluta é que este tipo de educação teve toda a influência no modo como manifesto as situações menos boas (e apesar de tudo também as boas) que acontecem na minha vida e nunca mas nunca seria possível se eu não tivesse tido irmãos.
segunda-feira, agosto 10, 2009
Concertos sem conserto
A 6 de Fevereiro de 1994, quando os Nirvana vieram ao Dramático de Cascais e eu não pude ir ver, prometi que não iria falhar mais concertos que fossem importantes para mim.
Foi com esse espírito que cheguei a ver algumas bandas mais que uma vez ao vivo, porque me dizem realmente qualquer coisa, prefiro ir ver uma banda que já vi do que ser uma "papa-concertos", "Maria-vai-a-todos" que vai por dizer que foi.
Não, eu não sou assim tão velha mas posso dizer que ainda sou do tempo em que vir uma banda actuar em Portugal era um verdadeiro acontecimento, uma coisa que todos esperavam ansiosamente e não a banalização que é hoje de "ah, e tal, se não for ver neste festival vou no próximo. E tu? Ah, eu prefiro ver em recinto fechado, não gosto muito de festivais". E pronto, a opção é tanta que ver uma banda ao vivo é quase tão banal como ir ao cinema, senão mais.
Mas já me estou a afastar da linha de pensamento - linha anterior que devia estar noutro blog porque este é apenas para memórias e não para divagações - e a somar a 15 de Março de 2008 vem este sábado 8 de Agosto marcar uma sensação semelhante à que senti a 6 de Fevereiro, com menos raiva e mais conformismo (os mais de 30 anos já se fazem notar na digestão dos sentimentos) e visto que ninguém ainda morreu com esperança de uma outra oportunidade, quem sabe?
Entretanto vou vibrando com isto
Foi com esse espírito que cheguei a ver algumas bandas mais que uma vez ao vivo, porque me dizem realmente qualquer coisa, prefiro ir ver uma banda que já vi do que ser uma "papa-concertos", "Maria-vai-a-todos" que vai por dizer que foi.
Não, eu não sou assim tão velha mas posso dizer que ainda sou do tempo em que vir uma banda actuar em Portugal era um verdadeiro acontecimento, uma coisa que todos esperavam ansiosamente e não a banalização que é hoje de "ah, e tal, se não for ver neste festival vou no próximo. E tu? Ah, eu prefiro ver em recinto fechado, não gosto muito de festivais". E pronto, a opção é tanta que ver uma banda ao vivo é quase tão banal como ir ao cinema, senão mais.
Mas já me estou a afastar da linha de pensamento - linha anterior que devia estar noutro blog porque este é apenas para memórias e não para divagações - e a somar a 15 de Março de 2008 vem este sábado 8 de Agosto marcar uma sensação semelhante à que senti a 6 de Fevereiro, com menos raiva e mais conformismo (os mais de 30 anos já se fazem notar na digestão dos sentimentos) e visto que ninguém ainda morreu com esperança de uma outra oportunidade, quem sabe?
Entretanto vou vibrando com isto
(Nirvana, "Lithium", 1991)
(Fullmoonchild, "Red Queen", 2004)
(Faith no More, "Stripsearch", 1997)
quinta-feira, agosto 06, 2009
Uma memória leva a outra
Por falar em carta, quando estava a tirar a minha eu morria de medo de não conseguir, que acontecesse alguma coisa, eu sei lá, para mim aquilo foi um terror. Eu ia a chorar para as aulas como stress.
O meu instrutor nunca me deixou desistir mesmo comigo a implorar. Mesmo comigo a chegar ao pé dele sem entrar no carro e a dizer que tinha só ido avisar que estava a desistir. O que ouvia era um "eu tenho a sua morada, atreva-se a faltar que eu vou lá buscá-la, toca mais é a entrar no carro e falamos pelo caminho!"
Por volta de Outubro propus-me para exame de condução, mas a data estava demorada a marcar. A família e alguns amigos começaram a ficar impacientes e sempre a perguntar se já tinha exame marcado. A impaciência deles traduziu-se num aumento da minha e num aumento dos meus receios, especialmente de chumbar, parecia que tudo ia depender daquilo, só pensava que se falhasse iria deixar todos ficar mal.
Quando a data do exame finalmente veio decidi que não ia contar a ninguém que não precisasse saber. E as pessoas que precisavam mesmo saber eram a minha chefe (eu precisei de pedir o dia) e o Thunder. A ambos pedi que não fizessem alarido nem se pusessem com "boas sortes" nem nada disso. Seria uma ida a Lisboa e mais nada. Confesso que estava convencidíssima que ia chumbar.
Mas passei. A minha surpresa foi tão grande que só acreditei quando o examinador trouxe os documentos que comprovavam. Fiquei mesmo estupidificada.
Aí sim, liguei aoThunder a dizer. Depois à minha mãe, que me disse: «mas... mas... eu falei contigo e tu não me disseste nada, disseste que ainda não tinhas data.»
Foi uma mentirinha piedosa para ambas. Ela não stressou e eu não fiquei com o peso da responsabilidade de não desiludir ninguém.
Ela compreendeu.
Acredito que vá compreender de novo no futuro.
O meu instrutor nunca me deixou desistir mesmo comigo a implorar. Mesmo comigo a chegar ao pé dele sem entrar no carro e a dizer que tinha só ido avisar que estava a desistir. O que ouvia era um "eu tenho a sua morada, atreva-se a faltar que eu vou lá buscá-la, toca mais é a entrar no carro e falamos pelo caminho!"
Por volta de Outubro propus-me para exame de condução, mas a data estava demorada a marcar. A família e alguns amigos começaram a ficar impacientes e sempre a perguntar se já tinha exame marcado. A impaciência deles traduziu-se num aumento da minha e num aumento dos meus receios, especialmente de chumbar, parecia que tudo ia depender daquilo, só pensava que se falhasse iria deixar todos ficar mal.
Quando a data do exame finalmente veio decidi que não ia contar a ninguém que não precisasse saber. E as pessoas que precisavam mesmo saber eram a minha chefe (eu precisei de pedir o dia) e o Thunder. A ambos pedi que não fizessem alarido nem se pusessem com "boas sortes" nem nada disso. Seria uma ida a Lisboa e mais nada. Confesso que estava convencidíssima que ia chumbar.
Mas passei. A minha surpresa foi tão grande que só acreditei quando o examinador trouxe os documentos que comprovavam. Fiquei mesmo estupidificada.
Aí sim, liguei aoThunder a dizer. Depois à minha mãe, que me disse: «mas... mas... eu falei contigo e tu não me disseste nada, disseste que ainda não tinhas data.»
Foi uma mentirinha piedosa para ambas. Ela não stressou e eu não fiquei com o peso da responsabilidade de não desiludir ninguém.
Ela compreendeu.
Acredito que vá compreender de novo no futuro.
Há dias assim
Há dias em que me lembro de tudo e dias em que não me lembro de nada.
Hoje lembrei-me de quando fui tirara carta. Do tempo que passei a pensar desistir. Depois lembrei-me de todas as coisas que iniciei e das quais quis desistir e não me deixaram, quer dizer, incentivaram-me a seguir em frente. E destas coisas, carta incluída, lembro-me agora do prazer que dá tê-las e de como um empurrãozinho na hora certa para não desistir foi bom e de como devo esses empurrõezonhos dados na hora certa pela pessoa certa.
E depois lembro-me das coisas que já devia ter desistido há imenso tempo e não deisti.
E depois lembro-me de todos os empurrõezinhos que eu dei, das energias que perdi a dar a força certa na hora certa mas... à pessoa errada. E de como as pessoas erradas a quem eu dei uns empurrões na hora certa agora me empurram também, mas na direcção errada. E me fazem ficar a marcar passo.
Mas isto são coisas que eu não devia pensar nem lembrar.
quarta-feira, julho 29, 2009
(Claro que este blog trata apenas das minhas memórias. Acontecimentos na maioria partilhados por muita gente mas relatados como eu os recordo, porque é disso que são feitas as recordações: vivemos momentos, guardamos memórias.
Nem uma reportagem faz um relato "fiel" e por muito que uma fotografia ou um vídeo "congelem" determinado acontecimento de certeza que 10 pessoas recordarão o mesmo momento de 10 formas diferentes.
Isto para dizer que, por exemplo, do casamento do meu pai eu guardarei um tipo de recordações e ele, a minha I., o meu irmão, todos os outros guardarão outras.
É por isso que são recordações: são nossas.)
Nem uma reportagem faz um relato "fiel" e por muito que uma fotografia ou um vídeo "congelem" determinado acontecimento de certeza que 10 pessoas recordarão o mesmo momento de 10 formas diferentes.
Isto para dizer que, por exemplo, do casamento do meu pai eu guardarei um tipo de recordações e ele, a minha I., o meu irmão, todos os outros guardarão outras.
É por isso que são recordações: são nossas.)
Memória de casamento
Parabéns ao meu pai e à minha I. que fazem hoje 23 - vinte e três - anos de casados!
Chiça, 23... caraças!
Quase não me lembro do casamento: foi em casa e estavam amigos e familia muito íntimos. Lembro-me de ter furado as orelhas para levar brincos...
Eu tinha 10 anos.
Foi o re-início da minha vida. Um deles.
Parabéns pai e I., que celebrem com saúde e companheirismo muitos mais anos de casados
Chiça, 23... caraças!
Quase não me lembro do casamento: foi em casa e estavam amigos e familia muito íntimos. Lembro-me de ter furado as orelhas para levar brincos...
Eu tinha 10 anos.
Foi o re-início da minha vida. Um deles.
Parabéns pai e I., que celebrem com saúde e companheirismo muitos mais anos de casados
terça-feira, julho 21, 2009
Sinaléticas
Foi no dia 5 de Setembro de 1996, véspera da festa do Avante, que falei com uma amiga acerca d meu interesse no Thunder. Eu sabia que ela tinha estado interessada nele e não sabia bem em que ponto as coisas estavam e como festa aproximava-se eu precisava saber se, falando bem e depressa, a costa estava livre.
Ela pareceu ter ficado meia surpreendida e o comentário foi «se o teu problema sou eu por mim tens luz verde!»
Não preciso dizer que saí da nossa conversa com uma nova perspectiva do que seria a festa desse ano.
E ... chegados à festa ...
É que nem sinal amarelo. Foi do verde direitinho a vermelho.
Ela pareceu ter ficado meia surpreendida e o comentário foi «se o teu problema sou eu por mim tens luz verde!»
Não preciso dizer que saí da nossa conversa com uma nova perspectiva do que seria a festa desse ano.
E ... chegados à festa ...
É que nem sinal amarelo. Foi do verde direitinho a vermelho.
quinta-feira, julho 16, 2009
Da morte e da vida
O tio 'N. morreu.
Não que eu tenha grandes e maravilhosas memórias com ele. Nada disso. Nem muitas, nem longas nem boas ou más. Partilhámos alguns momentos escassos em que as nossas vidas se cruzaram.
Creio que até ao meu casamento há 9 anos atrás não tinha grande ideia formada acerca dele, além de que era o irmão do meu avô. É a pessoa que mais recordo no meu casamento, foi um verdadeiro motor de energia, inesquecível. Nesse dia comecei a vê-lo de outro modo, não era apenas aquele parente que está relacionado por partilhar um elo de DNA lá refundido no fundo de um qualquer cromossoma afastado, era um dos elementos que se juntam a outros para ser aquilo que somos, uma família.
Ontem, inesperadamente, morreu. Um enfarte de miocárdio fulminante, dizem. Uma coisa ssim que ninguém esperava.
E aconteceu assim fulminantemente a única coisa que temos a certeza nesta vida que nos vai acontecer: a morte.
E aconteceu assim para ele separar-se da vida, fulminantemente, sem que ninguém tivesse tempo de se separar dele.
Não que eu tenha grandes e maravilhosas memórias com ele. Nada disso. Nem muitas, nem longas nem boas ou más. Partilhámos alguns momentos escassos em que as nossas vidas se cruzaram.
Creio que até ao meu casamento há 9 anos atrás não tinha grande ideia formada acerca dele, além de que era o irmão do meu avô. É a pessoa que mais recordo no meu casamento, foi um verdadeiro motor de energia, inesquecível. Nesse dia comecei a vê-lo de outro modo, não era apenas aquele parente que está relacionado por partilhar um elo de DNA lá refundido no fundo de um qualquer cromossoma afastado, era um dos elementos que se juntam a outros para ser aquilo que somos, uma família.
Ontem, inesperadamente, morreu. Um enfarte de miocárdio fulminante, dizem. Uma coisa ssim que ninguém esperava.
E aconteceu assim fulminantemente a única coisa que temos a certeza nesta vida que nos vai acontecer: a morte.
E aconteceu assim para ele separar-se da vida, fulminantemente, sem que ninguém tivesse tempo de se separar dele.
quinta-feira, julho 09, 2009
Alinhamento de concerto
O concerto de Depeche Mode está a chegar e uma pergunta paira sobre a minha cabeça: qual será o alinhamento? Irão tocar muito material antigo? Como será?
Acho que são perguntas normais, a curiosidade é uma coisa tramada. E a vontade de voltar a ouvir temas antigos ao vivo ainda maior.
Estava pretsas a ir procurar o alinhamento dos concertos que têm dado mas parei a tempo. Lembrei-me de quando vieram cá os A Perfect Circle, ao coliseu de Lisboa. Ficámos junto à mesa de som e dei uma escapadinha antes do concerto começar para ver o alinhamento. Fiquei felicíssima da vida. Todas as músicas que estavam no alinhamento eram as que eu gostaria de ouvir (ok, tirando a "The nurse who loved me"), fiquei contentinha, sim.
Entretanto o concerto ia decorrendo e eu nas minhas 7 quintas. Até que chegou à última (já não me lembro qual era). Enquanto todos os que não sabiam o alinhamento estavam todos contentinos a ouvir mais uma eu sabia que era a última.
E foi assim que nunca mais quis saber de alinhamentos nenhuns. Mais vale ficar curiosa.
Acho que são perguntas normais, a curiosidade é uma coisa tramada. E a vontade de voltar a ouvir temas antigos ao vivo ainda maior.
Estava pretsas a ir procurar o alinhamento dos concertos que têm dado mas parei a tempo. Lembrei-me de quando vieram cá os A Perfect Circle, ao coliseu de Lisboa. Ficámos junto à mesa de som e dei uma escapadinha antes do concerto começar para ver o alinhamento. Fiquei felicíssima da vida. Todas as músicas que estavam no alinhamento eram as que eu gostaria de ouvir (ok, tirando a "The nurse who loved me"), fiquei contentinha, sim.
Entretanto o concerto ia decorrendo e eu nas minhas 7 quintas. Até que chegou à última (já não me lembro qual era). Enquanto todos os que não sabiam o alinhamento estavam todos contentinos a ouvir mais uma eu sabia que era a última.
E foi assim que nunca mais quis saber de alinhamentos nenhuns. Mais vale ficar curiosa.
terça-feira, julho 07, 2009
Mais uma da avó paterna
Certo dia e já não sei bem a respeito de quê, a meio de uma conversa sai-se a minha avó com esta:
- Eu não sou racista: acho que devíamos ser todos brancos.
E pronto. Ficámos sem saber se havíamos de rir ou não!
- Eu não sou racista: acho que devíamos ser todos brancos.
E pronto. Ficámos sem saber se havíamos de rir ou não!
segunda-feira, julho 06, 2009
Reciclagem
Lembro-me que as primeiras "febres" da reciclagem apareceram quando eu teria os meus 10/11 anos, qualquer coisa por aí mais ano menos ano.
Lembro-me dos slogan "Vidro velho vira novo" e que o vidrão era um contentor arredondado verde para o vidro de cor e branco para o vidro transparente.
Era capaz de jurar que foi recebido com vergonha e desconfiança, e que as pessoas olhavam de lado para "aqueles comunistas, olhem práquilo, aqueles monstros em cima do passeio se tem algum jeito, olhem bem aqueles caixotes do lixo, mania das ecologias" que se atreviam a ir deitar qualquer coisa no vidrão.
Era difícil convencer pais e avós a porem garrafas num saco à parte, lembro-me de muitas vezes ir ao lixo às escondidas para tirar os vidros e pôr no vidrão.
Também era difícil fazer compreender que o vidrão era apenas para isso, para o vidro e não para deitar papéis oulatas ou o que fosse.
Não, por muita publicidade, por muitos alertas, por muito tudo as pessoas simplesmente não estavam preparadas para acolher o espírito da reciclagem.
Depois do meu avô morrer a minha avó foi morar para nossa casa, e começou a pôr no lixo as garrafas que eu separava. E começou a querer ser ela a levar o lixo, fazia parte das coisas que ela precisava fazer por ela mesma, mais para se sentir útil que para outra coisa.
Foram meses (até anos) de"guerra": ela a pôr as garrafas no lixo, eu tirar, eu a vigiar o caixote, ela que levava os dois sacos individualizados para não termos guerras mas depois deitava tudo no lixo na mesma... até que um dia perguntei-lhe e fez-se luz:
- Ó 'vó, porque é que te custa tanto deitar as garrafas no vidrão?
- Coisas minhas.
- Mas 'vó: não chegas lá? É pesado? O que é? Antes eu levava, depois quiseste ser tu a levar mas misturas tudo, ao menos deixavas-me eu levar!
- Olha, queres mesmo saber?
- Quero.
- Eu deitava como tu me disseste. Eu deitava, pois deitava. Até que descobri que aquilo não serve para nada.
- Não serve para nada??
- Não. No outro dia aquilo estava vazio, eu deitei a garrafa e ela partiu-se no fundo. Assim todas partidas já não dá para encher outra vez!
Explicar não só como se usam as coisas mas como é que elas funcionam pode fazer toda a diferença.
Sim, depois de eu lhe explicar o processo ela recomeçou a levar as garrafas para o vidrão.
Lembro-me dos slogan "Vidro velho vira novo" e que o vidrão era um contentor arredondado verde para o vidro de cor e branco para o vidro transparente.
Era capaz de jurar que foi recebido com vergonha e desconfiança, e que as pessoas olhavam de lado para "aqueles comunistas, olhem práquilo, aqueles monstros em cima do passeio se tem algum jeito, olhem bem aqueles caixotes do lixo, mania das ecologias" que se atreviam a ir deitar qualquer coisa no vidrão.
Era difícil convencer pais e avós a porem garrafas num saco à parte, lembro-me de muitas vezes ir ao lixo às escondidas para tirar os vidros e pôr no vidrão.
Também era difícil fazer compreender que o vidrão era apenas para isso, para o vidro e não para deitar papéis oulatas ou o que fosse.
Não, por muita publicidade, por muitos alertas, por muito tudo as pessoas simplesmente não estavam preparadas para acolher o espírito da reciclagem.
Depois do meu avô morrer a minha avó foi morar para nossa casa, e começou a pôr no lixo as garrafas que eu separava. E começou a querer ser ela a levar o lixo, fazia parte das coisas que ela precisava fazer por ela mesma, mais para se sentir útil que para outra coisa.
Foram meses (até anos) de"guerra": ela a pôr as garrafas no lixo, eu tirar, eu a vigiar o caixote, ela que levava os dois sacos individualizados para não termos guerras mas depois deitava tudo no lixo na mesma... até que um dia perguntei-lhe e fez-se luz:
- Ó 'vó, porque é que te custa tanto deitar as garrafas no vidrão?
- Coisas minhas.
- Mas 'vó: não chegas lá? É pesado? O que é? Antes eu levava, depois quiseste ser tu a levar mas misturas tudo, ao menos deixavas-me eu levar!
- Olha, queres mesmo saber?
- Quero.
- Eu deitava como tu me disseste. Eu deitava, pois deitava. Até que descobri que aquilo não serve para nada.
- Não serve para nada??
- Não. No outro dia aquilo estava vazio, eu deitei a garrafa e ela partiu-se no fundo. Assim todas partidas já não dá para encher outra vez!
Explicar não só como se usam as coisas mas como é que elas funcionam pode fazer toda a diferença.
Sim, depois de eu lhe explicar o processo ela recomeçou a levar as garrafas para o vidrão.
sexta-feira, julho 03, 2009
Épocas de esperança
Há 2 anos tinha passado um dia do início de um processo de esperança.
O ano passado faltava um dia para iniciar um novo processo.
Este ano falta data. Há que criar esperança para a esperança.
O ano passado faltava um dia para iniciar um novo processo.
Este ano falta data. Há que criar esperança para a esperança.
terça-feira, junho 16, 2009
Ah, ah, ah minha machadinha,
ah, ah, ah minha machadinha,
quem te deu a mão sabendo que és minha,
quem te deu a mão sabendo que és minha,
Sabendo que és minha também eu sou tua,
sabendo que és minha também eu sou tua,
salta machadinha para o meio da rua,
salta machadinha para o meio da rua,
No meio da rua não hei-de eu ficar,
no meio da rua não hei-de eu ficar,
hei-de ir à roda escolher o meu par,
hei-de ir à roda escolher o meu par,
Escolher o meu par - já eu sei quem é,
escolher o meu par - já eu sei quem é,
é um rapazito chamado José,
é um rapazito chamado José,
Chamado José, chamado João
chamado José, chamado João,
é o rapazito do meu coração,
é o rapazito do meu coração.
(Quem é que inventou esta letra / música???)
ah, ah, ah minha machadinha,
quem te deu a mão sabendo que és minha,
quem te deu a mão sabendo que és minha,
Sabendo que és minha também eu sou tua,
sabendo que és minha também eu sou tua,
salta machadinha para o meio da rua,
salta machadinha para o meio da rua,
No meio da rua não hei-de eu ficar,
no meio da rua não hei-de eu ficar,
hei-de ir à roda escolher o meu par,
hei-de ir à roda escolher o meu par,
Escolher o meu par - já eu sei quem é,
escolher o meu par - já eu sei quem é,
é um rapazito chamado José,
é um rapazito chamado José,
Chamado José, chamado João
chamado José, chamado João,
é o rapazito do meu coração,
é o rapazito do meu coração.
(Quem é que inventou esta letra / música???)
segunda-feira, junho 15, 2009
Sobre livros intermináveis
"O rinoceronte do papa" está quase (tipo a um niquinho de nada de tempo) de ser ultrapassado pelos "Maias". Só falta um anito.
Não sei quantos anos passaram desde que aquelas capoeiras não ouviam cacarejar, desde que o último galo reinou naqueles espaços, desde que daquela terra brotaram morangos, feijão-verde, tomate, abóbora... entre tantas outras coisas.
Não sei quando foi. Mas foi há muitos anos.
O quintal estava bonito, arranjado, vivo. Mas o que foi não volta a ser.
Não sei quando foi. Mas foi há muitos anos.
O quintal estava bonito, arranjado, vivo. Mas o que foi não volta a ser.
quinta-feira, junho 04, 2009
História prometida
À conta das férias que vou ter para a semana lembrei-me de uma história (porque a conversa é como as cerejas, certo?) que prometi contar à Ovito.
Certo dia, aqui há uns anos, o Thundercouple foi contactado por um grupo privado de turismo/viagens/hotéis, tanto insistiram que fomos lá ver o que nos queriam vender.
Patati-patatá-blá-blá-blá-conto-do-vigário-banha-da-cobra-etc, aqui o Thundercouple deve ter sido dos clientes mais difíceis de aliciar fosse com o que fosse. Ou não fôssemos nós uns pobretanas muito conscienciosos de que não têm sítio onde cair mortos.
Conversa vai-conversa vem, aliciamento daqui-aliciamento para ali, o promotor alicia-nos com a ... FANTÁSTICA... MAGNÍFICA... SOBERBA... IRRECUSÁVEL (achava ele) proposta de... desconto em alojamento nas férias:
(Promotor sempre com ar muito encorajado e nada rendido aos nossos constantes "nãos")
Promotor - (...) então e onde costumam ir passar férias?
Nós - Ao Alentejo.
Promotor - Temos lá serviços.. e o que dizem a ter desconto na vossa estadia?
Nós - Pagam-nos para irmos de férias?
Promotor - ??
Nós - Vamos para casa de família onde não pagamos nada.
Promotor - E não querem desconto??
E foi mais ou menos nesta fase que ele reparou que não adiantava perder nem mais um minuto connosco e que quase 2 horas já tinha sido muito.
Certo dia, aqui há uns anos, o Thundercouple foi contactado por um grupo privado de turismo/viagens/hotéis, tanto insistiram que fomos lá ver o que nos queriam vender.
Patati-patatá-blá-blá-blá-conto-do-vigário-banha-da-cobra-etc, aqui o Thundercouple deve ter sido dos clientes mais difíceis de aliciar fosse com o que fosse. Ou não fôssemos nós uns pobretanas muito conscienciosos de que não têm sítio onde cair mortos.
Conversa vai-conversa vem, aliciamento daqui-aliciamento para ali, o promotor alicia-nos com a ... FANTÁSTICA... MAGNÍFICA... SOBERBA... IRRECUSÁVEL (achava ele) proposta de... desconto em alojamento nas férias:
(Promotor sempre com ar muito encorajado e nada rendido aos nossos constantes "nãos")
Promotor - (...) então e onde costumam ir passar férias?
Nós - Ao Alentejo.
Promotor - Temos lá serviços.. e o que dizem a ter desconto na vossa estadia?
Nós - Pagam-nos para irmos de férias?
Promotor - ??
Nós - Vamos para casa de família onde não pagamos nada.
Promotor - E não querem desconto??
E foi mais ou menos nesta fase que ele reparou que não adiantava perder nem mais um minuto connosco e que quase 2 horas já tinha sido muito.
sexta-feira, maio 29, 2009
A minha primeira vez*
Eu - Thunder, estou a ver tão mal! Na loja via bem, que é que se passará? Vejo tudo desfocado!
Ele - V. M, tira os óculos...
*1ª vez das lentes de contacto, suas mentes preversas!
Ele - V. M, tira os óculos...
*1ª vez das lentes de contacto, suas mentes preversas!
quinta-feira, maio 28, 2009
No túnel do Rossio
Quando era miúda e andava de comboio era sempre para ir a Lisboa e pensava que Lisboa era um lugar muito mágico.
Por um lado tinha muuuuuitas pessoas, muuuuuuuitos carros, tinha gelados, tinha bolos bons, tinha balões!, tinha homens a vender castanhas assadas... tinha semáforos, tinha prédios muuuuito altos, tinha um castelo, tinha autocarros amarelos, tinha eléctrico, tinha ascensores, tinha muuuitas ruas e as pessoas perdiam-se, por isso era um lugar mágico!
Também era um lugar especial, porque de vez em quando dizia-se dia "x" temos que ir a Lisboa.
Havia data marcada para ir a Lisboa. Era como o Natal e o ano novo e o aniversário tinha data marcada logo era especial.
E por ser um sítio mágico e especial tinha uma entrada mágica e especial, pelo menos para mim que achava que só se entrava em Lisboa por ali: um túnel!
Então eu achava que todas as pessoas, para entrarem naquele lugar mágico e especial, tinham que passar pelo túnel, era como uma espécie de portal.
No túnel ficava sempre escuro: acendiam-se as luzes no comboio e quando eu olhava pela janela estava rodeada de tijolinhos todos pretos.
E vai daí que a "boa" da Vanda Maria deitava-se e dormia: era de noite, era para dormir. E quando acordasse estava no sítio especial!
Por um lado tinha muuuuuitas pessoas, muuuuuuuitos carros, tinha gelados, tinha bolos bons, tinha balões!, tinha homens a vender castanhas assadas... tinha semáforos, tinha prédios muuuuito altos, tinha um castelo, tinha autocarros amarelos, tinha eléctrico, tinha ascensores, tinha muuuitas ruas e as pessoas perdiam-se, por isso era um lugar mágico!
Também era um lugar especial, porque de vez em quando dizia-se dia "x" temos que ir a Lisboa.
Havia data marcada para ir a Lisboa. Era como o Natal e o ano novo e o aniversário tinha data marcada logo era especial.
E por ser um sítio mágico e especial tinha uma entrada mágica e especial, pelo menos para mim que achava que só se entrava em Lisboa por ali: um túnel!
Então eu achava que todas as pessoas, para entrarem naquele lugar mágico e especial, tinham que passar pelo túnel, era como uma espécie de portal.
No túnel ficava sempre escuro: acendiam-se as luzes no comboio e quando eu olhava pela janela estava rodeada de tijolinhos todos pretos.
E vai daí que a "boa" da Vanda Maria deitava-se e dormia: era de noite, era para dormir. E quando acordasse estava no sítio especial!
domingo, maio 24, 2009
Em casa
Esta lembrei-me por me ter lembrado da outra.
Já não me lembro que idade teria eu e a Carlota Joaquina, uns 16? 17? Os prédios onde morávamos eram quase porta com porta e certa tarde logo a seguir ao almoço toca-me ela à campaínha muito aflita:
- Tens que ir a minha casa quando o meu pai for embora!
- O que se passou?
- Tens que ir tirar o D. do armário!
- O quê?
- Tens que lá ir!!
- Eu vou!
E lá fiquei eu numa agitação brutal. Sempre à janela a ver quando é que o pai dela saía de casa para o trabalho. Assim que o pai dela se pirou peguei nas chaves de casa dela e lá fui.
Entro no prédio dela e imaginava o cenário Psico-ano que estaria a casa dela. Eu imaginava sangue por todo o lado. Eu imaginava o D. todo esventrado e polícia e ... bem, filmes a mais. Mas convenhamos: ir a casa de alguém salvar outro alguém não é propriamente normal, né?
Conforme meto a chave à porta tudo silencioso e calmo.
Receio. Receio de quê? Sei lá, receio!
Entro em casa, tudo arrumado. Que sensação horrível a de estar a entrar em casa de alguém assim. Parecia que estava a invadir o sossego daquela casa, ainda que estivesse a andar em pézinhos de lã e não tivesse emitido um som.
Espreitei tudo. Tudo calmo, quieto. Meia luz, temperatura amena, nada de cenários dantescos.
Entro no quarto dela, pezinhos de lã, e tudo calmo... uma calma e serenidade medonhas...
Bato numa porta do armário, nada. Bato noutra, nada, bato noutra, nada. Chego à última e em vez de bater abro.
Ai cada vez que me lembro só me dá vontade de rir: o D. sentado de joelhos contra o peito e cabeça enfiada entre eles, mãos em volta da cabça, uma posição totalmente protectora para alguém completamente vulnerável.
Disse-lhe: podes sair. Mas o rapaz estava tão em pânico que acho que nem ouviu. Nem quis beber água nem nada, só queria sair lá de casa. Combinámos sair à vez para ninguém ver que íamos juntos, não fossem desconfiar, certo?
Pobre D.!
Já não me lembro que idade teria eu e a Carlota Joaquina, uns 16? 17? Os prédios onde morávamos eram quase porta com porta e certa tarde logo a seguir ao almoço toca-me ela à campaínha muito aflita:
- Tens que ir a minha casa quando o meu pai for embora!
- O que se passou?
- Tens que ir tirar o D. do armário!
- O quê?
- Tens que lá ir!!
- Eu vou!
E lá fiquei eu numa agitação brutal. Sempre à janela a ver quando é que o pai dela saía de casa para o trabalho. Assim que o pai dela se pirou peguei nas chaves de casa dela e lá fui.
Entro no prédio dela e imaginava o cenário Psico-ano que estaria a casa dela. Eu imaginava sangue por todo o lado. Eu imaginava o D. todo esventrado e polícia e ... bem, filmes a mais. Mas convenhamos: ir a casa de alguém salvar outro alguém não é propriamente normal, né?
Conforme meto a chave à porta tudo silencioso e calmo.
Receio. Receio de quê? Sei lá, receio!
Entro em casa, tudo arrumado. Que sensação horrível a de estar a entrar em casa de alguém assim. Parecia que estava a invadir o sossego daquela casa, ainda que estivesse a andar em pézinhos de lã e não tivesse emitido um som.
Espreitei tudo. Tudo calmo, quieto. Meia luz, temperatura amena, nada de cenários dantescos.
Entro no quarto dela, pezinhos de lã, e tudo calmo... uma calma e serenidade medonhas...
Bato numa porta do armário, nada. Bato noutra, nada, bato noutra, nada. Chego à última e em vez de bater abro.
Ai cada vez que me lembro só me dá vontade de rir: o D. sentado de joelhos contra o peito e cabeça enfiada entre eles, mãos em volta da cabça, uma posição totalmente protectora para alguém completamente vulnerável.
Disse-lhe: podes sair. Mas o rapaz estava tão em pânico que acho que nem ouviu. Nem quis beber água nem nada, só queria sair lá de casa. Combinámos sair à vez para ninguém ver que íamos juntos, não fossem desconfiar, certo?
Pobre D.!
Ao telefone
Esta lembrou-ma o Thunder há um bocado.
Aqui há uns anos uma amiga minha estava com uns arrufos com o namorado (hoje ex-namorado).
Íamos as duas sair no carro dela, toca o telefone, ela pede para eu ver quem é, eu vejo e digo: é o R.
Ela diz para eu atender e eu atendo com um "Estou?". Do outro lado responde ele com um precipitado "Deixa-me falar até ao fim", começa a desbobinar e eu corto-lhe a palavra e digo "R. ..." e ele diz logo e corta a minha palavra: "Não, não me vais interromper, deixa-me falar até ao fim".
E eu a tentar dizer que era eu e mal abria a boca ele cortava logo.
Fez ali uma declaração de amor, coisa profunda, só não tinha flores porque era ao telemóvel e no fim ele diz: "Podes falar".
E eu digo: "R., estava a tentar dizer-te que quem atendeu foi a Vanda..."
Aqui há uns anos uma amiga minha estava com uns arrufos com o namorado (hoje ex-namorado).
Íamos as duas sair no carro dela, toca o telefone, ela pede para eu ver quem é, eu vejo e digo: é o R.
Ela diz para eu atender e eu atendo com um "Estou?". Do outro lado responde ele com um precipitado "Deixa-me falar até ao fim", começa a desbobinar e eu corto-lhe a palavra e digo "R. ..." e ele diz logo e corta a minha palavra: "Não, não me vais interromper, deixa-me falar até ao fim".
E eu a tentar dizer que era eu e mal abria a boca ele cortava logo.
Fez ali uma declaração de amor, coisa profunda, só não tinha flores porque era ao telemóvel e no fim ele diz: "Podes falar".
E eu digo: "R., estava a tentar dizer-te que quem atendeu foi a Vanda..."
sábado, maio 23, 2009
Memória de gafanhotos (2)
(Esta memória tem outras nuances por trás, engraçadas, coisas que se poderiam ter dito e não foram, coisas que ficaram encerradas e mais tarde, só mais tarde, foram faladas...)
Estava na Festa do Avante, 1996, muita paz e alegria e harmonia e grupo de amigos grande (enooooorme).
A dada altura um gafanhotito saltitava alegremente (trá-lá-lá, festa do avante, que fixe, trá-lá-lá, viva a carvalhesa) ao pé de nós e conversa puxa conversa,
- ai um gafanhoto
- que giro
- giro? sim, giro, sou capaz de o apanhar
- não és nada
- sou, olha
- ai que nojo!
- nojo era pô-lo na boca
- não eras capaz
E strau! Nem disse que era, pus logo.
Diz o Thunder horrorizado: havias de ser minha namorada, nunca mais te dava um beijo...
Cerca de 20 dias depois pude perguntar-lhe qual era a sensação, ahahahah
Estava na Festa do Avante, 1996, muita paz e alegria e harmonia e grupo de amigos grande (enooooorme).
A dada altura um gafanhotito saltitava alegremente (trá-lá-lá, festa do avante, que fixe, trá-lá-lá, viva a carvalhesa) ao pé de nós e conversa puxa conversa,
- ai um gafanhoto
- que giro
- giro? sim, giro, sou capaz de o apanhar
- não és nada
- sou, olha
- ai que nojo!
- nojo era pô-lo na boca
- não eras capaz
E strau! Nem disse que era, pus logo.
Diz o Thunder horrorizado: havias de ser minha namorada, nunca mais te dava um beijo...
Cerca de 20 dias depois pude perguntar-lhe qual era a sensação, ahahahah
Memória de gafanhotos (1)
Era eu miudinha assim para os meus 6 ou 7 anos. Estava no quintal do meu avô materno a fazer sei lá o quê e andavam por lá uns gafanhotos. A mim pareciam bem grandes.
Sei que estava distraída a ver qualquer coisa e senti algo a ser posto dentro da minha camisola.
Perguntei ao meu avô o que era. Nada, disse ele. Mas este avô não era igual ao outro. Se o outro dizia "nada" então eu podia confiar.
Nem tive tempo de pensar quando comecei a sentir qualquer coisa a saltar entre a minha pele e a camisola.
Éramos dois aflitos: eu e o gafanhoto.
E o meu avô a rir. Bolas!
Sei que estava distraída a ver qualquer coisa e senti algo a ser posto dentro da minha camisola.
Perguntei ao meu avô o que era. Nada, disse ele. Mas este avô não era igual ao outro. Se o outro dizia "nada" então eu podia confiar.
Nem tive tempo de pensar quando comecei a sentir qualquer coisa a saltar entre a minha pele e a camisola.
Éramos dois aflitos: eu e o gafanhoto.
E o meu avô a rir. Bolas!
segunda-feira, maio 18, 2009
O pequeno almoço na casa dos avós
A avó E. foi uma pessoa rígida, com um mau feitio desgraçado, era danadinha para arranjar conflitos - que os adorava!
Também era uma pessoa, sejamos francos, má. Não era má pessoa, era uma pessoa má.
Toda a minha vida com ela (até aos 10 / 11 anos eram os 3 meses de Verão e a Páscoa e depois dos 13 foi até casar, todo o santo dia) comi pão duro, ela comprava pão que sobrava para o dia seguinte e no dia seguinte comprava mais pão ainda mas não podíamos comer o pão fresco acabado de comprar, só podíamos comer o pão da véspera (ou antevéspera ou até antes e se tivesse bolor não fazia mal: o que não mata engorda).
Como "para grandes males grandes remédios", aqui a espertinha da menina ia sempre comer para o quintal, para ao pé do Jota, o cão. Bebia o leitinho todo na cozinha (para não entornar, 'vó, e como o pão lá fora) e saía a correr para o quintal. Para ao pé do Jota, pois.
E às vezes nem o Jota queria o pão. Lá tinha eu que pegar no pão com manteiga e atirar às galinhas.
Também era uma pessoa, sejamos francos, má. Não era má pessoa, era uma pessoa má.
Toda a minha vida com ela (até aos 10 / 11 anos eram os 3 meses de Verão e a Páscoa e depois dos 13 foi até casar, todo o santo dia) comi pão duro, ela comprava pão que sobrava para o dia seguinte e no dia seguinte comprava mais pão ainda mas não podíamos comer o pão fresco acabado de comprar, só podíamos comer o pão da véspera (ou antevéspera ou até antes e se tivesse bolor não fazia mal: o que não mata engorda).
Como "para grandes males grandes remédios", aqui a espertinha da menina ia sempre comer para o quintal, para ao pé do Jota, o cão. Bebia o leitinho todo na cozinha (para não entornar, 'vó, e como o pão lá fora) e saía a correr para o quintal. Para ao pé do Jota, pois.
E às vezes nem o Jota queria o pão. Lá tinha eu que pegar no pão com manteiga e atirar às galinhas.
Morangos
Eram uns morangos assim muito pequenos que cresciam por baixo das folhas do morangueiro e que todos os dias ele ia ver como estavam.
Apareciam muito verdes, peludos e pequeninos e iam crescendo sem nunca ficarem do tamanho dos da loja.
Apareciam muito verdes, peludos e pequeninos e iam crescendo sem nunca ficarem do tamanho dos da loja.
Mas também quem se importava? Eu não, que me fartava de os comer mesmo quando aparecia ela a ralhar furiosa.
Mas ele piscava sempre o olho e assim que ela virava costas lá ia mais um.
Mas ele piscava sempre o olho e assim que ela virava costas lá ia mais um.
domingo, maio 17, 2009
O vestido
Há certas coisas que associo sempre a outras.
Por exemplo, é impossível estar a arranjar morangos e não me lembrar de V. N. Milfontes e da minha infância.
E hoje enquanto arranjava uns moranguitos lembrei-me daquele episódio em que os meus pais, ainda casados, iam sair connosco numa tarde qualquer. Devíamos ir a casa dos primos de Sines? Santo André?
Não me lembro onde íamos, mas lembro-me que aqui a Vanda Maria já tinha tirado os calções estafados, o boné e ja tinha arrumado a bicicleta.
A minha mãe tinha-me já composto com um vestidinho - vestido que engraçadito, feito pela minha outra avó - e penteado o cabelo, eu até parecia um anjinho... quase, quase.
Impaciências de criança e o vamos ou não? habitual e eu e o meu irmão saímos para ir brincar mais um bocadinho enquanto os "crescidos" não arrancavam.
Lembro-me nitidamente da minha mãe recomendar cuidado com o vestido, não te sujes!.
Também me lembro de ir apanhar umas lindas amoras. De comer umas e de querer trazer outras. Para a mãe, o pai e os avós, claro.
Lembro-me de serem tantas amoras que não cabiam nas minhas mãos pequenas de 6 ou 7 anos. Vai daí que quando não couberam mais nas mãos peguei na borda do vestido, puxei para cima e toca de o encher de amoras.
Não preciso dizer os resultados, pois não??
Por exemplo, é impossível estar a arranjar morangos e não me lembrar de V. N. Milfontes e da minha infância.
E hoje enquanto arranjava uns moranguitos lembrei-me daquele episódio em que os meus pais, ainda casados, iam sair connosco numa tarde qualquer. Devíamos ir a casa dos primos de Sines? Santo André?
Não me lembro onde íamos, mas lembro-me que aqui a Vanda Maria já tinha tirado os calções estafados, o boné e ja tinha arrumado a bicicleta.
A minha mãe tinha-me já composto com um vestidinho - vestido que engraçadito, feito pela minha outra avó - e penteado o cabelo, eu até parecia um anjinho... quase, quase.
Impaciências de criança e o vamos ou não? habitual e eu e o meu irmão saímos para ir brincar mais um bocadinho enquanto os "crescidos" não arrancavam.
Lembro-me nitidamente da minha mãe recomendar cuidado com o vestido, não te sujes!.
Também me lembro de ir apanhar umas lindas amoras. De comer umas e de querer trazer outras. Para a mãe, o pai e os avós, claro.
Lembro-me de serem tantas amoras que não cabiam nas minhas mãos pequenas de 6 ou 7 anos. Vai daí que quando não couberam mais nas mãos peguei na borda do vestido, puxei para cima e toca de o encher de amoras.
Não preciso dizer os resultados, pois não??
sexta-feira, maio 15, 2009
Sonhos recorrentes
Antes de casar costumava ter um sonho que não tendo absolutamente nada de monstruoso era aflitivo para mim.
Costumava eu sonhar muito com elevadores. Desde miúda (e no prédio onde "nasci" e cresci havia elevador).
Havia duas versões: a do elevador que de repente ficava hermeticamente fechado e eu não podia sair e a do elevador que passava o meu andar (o prédio só tinha 5 e eu morava no 4º) e não parava nunca de subir...
Deve ter sido por causa destes sonhos que eu aprendi a acordar na hora "H".
Desde que casei que não sonho com elevadores, apesar de os elevadores do meu prédio estarem sempre a avariar. E curiosamente não me causa aflição nenhuma ficar fechada num.
Costumava eu sonhar muito com elevadores. Desde miúda (e no prédio onde "nasci" e cresci havia elevador).
Havia duas versões: a do elevador que de repente ficava hermeticamente fechado e eu não podia sair e a do elevador que passava o meu andar (o prédio só tinha 5 e eu morava no 4º) e não parava nunca de subir...
Deve ter sido por causa destes sonhos que eu aprendi a acordar na hora "H".
Desde que casei que não sonho com elevadores, apesar de os elevadores do meu prédio estarem sempre a avariar. E curiosamente não me causa aflição nenhuma ficar fechada num.
Momentos HP Photosmart M22 - para mais tarde recordar
Contra todas as expectativas (as nossas e as da treinadora) o Pootchie está a ser um verdadeiro exemplo, não só para o Jack (o seu coleguinha rottweiler de 8 meses) como para muitos outros que têm cães e... filhos.
Porquê para quem tem filhos? Frequentemente ouço pais de crianças com 2, 3, 4... 10 anos que dizem "não sei o que hei-de fazer com ele, já não há remédio". Eu tenho um cão com quase 10 anos e estou a investir no seu treino, tardiamente, é certo, mas não me encostei ao popular "burro velho não aprende línguas".
Ontem ficaram registados alguns momentos de verdadeiro deleite para nós, incrédulos e claro... donos babados!
*A última foto está em negativo para ss perceber melhor porque foi tirada à sombra.
Porquê para quem tem filhos? Frequentemente ouço pais de crianças com 2, 3, 4... 10 anos que dizem "não sei o que hei-de fazer com ele, já não há remédio". Eu tenho um cão com quase 10 anos e estou a investir no seu treino, tardiamente, é certo, mas não me encostei ao popular "burro velho não aprende línguas".
Ontem ficaram registados alguns momentos de verdadeiro deleite para nós, incrédulos e claro... donos babados!
*A última foto está em negativo para ss perceber melhor porque foi tirada à sombra.
terça-feira, maio 12, 2009
segunda-feira, maio 11, 2009
11 de Maio de 1975
A igreja até podia estar iluminada mas a cerimónia passou-se num registo civil.
A família podia até estar piurça mas consta lá sorridente nas fotos que sobraram, hoje guardadas por mim.
O dia até devia estar lindo mas a tonalidade que varia em todos os tons de cinzento entre o preto e o branco não deixa perceber se o dia foi radioso ou só luminoso.
Eu já lá estava mas ninguém me via.
Foi há 34 anos que eles deram o nó. Ela iniciava o sonho de se casar com ele e constituir família - numerosa de preferência.
Ele... bem, só ele saberá porque se contou a alguém o que este dia significou para ele ninguém até hoje se descoseu.
Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe. E a felicidade do que faz hoje 34 anos que aconteceu pouco durou e o mal que daí veio acabou por acabar.
A família podia até estar piurça mas consta lá sorridente nas fotos que sobraram, hoje guardadas por mim.
O dia até devia estar lindo mas a tonalidade que varia em todos os tons de cinzento entre o preto e o branco não deixa perceber se o dia foi radioso ou só luminoso.
Eu já lá estava mas ninguém me via.
Foi há 34 anos que eles deram o nó. Ela iniciava o sonho de se casar com ele e constituir família - numerosa de preferência.
Ele... bem, só ele saberá porque se contou a alguém o que este dia significou para ele ninguém até hoje se descoseu.
Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe. E a felicidade do que faz hoje 34 anos que aconteceu pouco durou e o mal que daí veio acabou por acabar.
Caganita atómica - Latest news
Hoje ao chegar a casa à hora de almoço estava a ladrar (como hábito) e atirou-se aos saltos para mim (como é hábito) a mordiscar (como começa a ser hábito).
Como descobriu 6ª que as calças são resistentes agarrou-se à camisola e não largou senão quando rasgou.
Ó dr, é suposto ignorar isto também?
(Edit: Soma-se à despesa:
- 3 camisas
- 1 camisola
- 1 cadeira da sala
- 1 lençol
- 2 cintos
- 1 tampa de gaveta de máquina de lavar
- 1 gaveta de consola de apoio)
Como descobriu 6ª que as calças são resistentes agarrou-se à camisola e não largou senão quando rasgou.
Ó dr, é suposto ignorar isto também?
(Edit: Soma-se à despesa:
- 3 camisas
- 1 camisola
- 1 cadeira da sala
- 1 lençol
- 2 cintos
- 1 tampa de gaveta de máquina de lavar
- 1 gaveta de consola de apoio)
quarta-feira, abril 29, 2009
Just to keep in mind
Balanço de 3 semanas de "home alone"
- Cintos de segurança dianteiros
- 2 caixas de arquivo grandes
- Varão + cortinado
- 2 frascos de sumo concentrado
- Tecla "caps lock"
- Dicionário Português - Português de mil novecentos e troca o passo
- 1 par de lençóis
- 1 coberta de colchão
- 1 caixote do lixo
- 1 carro de apoio de cozinha
- 1 cassete de vídeo
- 3 camisas
- 1 ombreira de porta
- 1 vídeo-porteiro
- 1 volume de enciclopédia
- 1 caixa de acendalhas
- 1 albúm de fotografias
- 1 cinzeiro
- 1 caixa de pão
[Lista a actualizar, com certeza]
- Cintos de segurança dianteiros
- 2 caixas de arquivo grandes
- Varão + cortinado
- 2 frascos de sumo concentrado
- Tecla "caps lock"
- Dicionário Português - Português de mil novecentos e troca o passo
- 1 par de lençóis
- 1 coberta de colchão
- 1 caixote do lixo
- 1 carro de apoio de cozinha
- 1 cassete de vídeo
- 3 camisas
- 1 ombreira de porta
- 1 vídeo-porteiro
- 1 volume de enciclopédia
- 1 caixa de acendalhas
- 1 albúm de fotografias
- 1 cinzeiro
- 1 caixa de pão
[Lista a actualizar, com certeza]
terça-feira, abril 28, 2009
Lua-de-mel
Porque fez há duas semanas anos que casei e há memórias que se avivam e porque a Pepper vai casar em breve e pedia sugestões, lembrei-me de uns detalhes "engraçados" da Thunder-honey-moon.
O Thunder ganhava mal, eu ainda estudava e o dinheiro não era muito. Nunca marcámos sítio nenhum de lua-de-mel, ficou decidido que iríamos passar os dias à casa do meu pai no Alentejo, casa que já me conhece desde que nasci e já conhecia tão bem o Thunder.
Chegámos lá no domingo. Na 3ª feira o meu pai apareceu lá porque tinha que ir tratar de uns assuntos. Depositou-nos o meu irmão (o do meio, na altura com 11 aos) e deu de frosques. Ainda perguntámos se vinha almoçar mas só respondeu que não sabia. Nem sequer sabia se ia lá ficar para o dia seguinte.
No fim de semana seguinte foi a Páscoa. Os meus tios por parte da minha mãe têm uma casa também nesse sítio (coincidências muito coincidentes da vida) e foi uma romaria para passarem lá a Páscoa: a minha mãe, o meu padrasto, os meus avós, os meus tios, o mais velho dos meus irmãos...
Enfim, tivemos uma lua-de-mel muito sui generis, como já perceberam.
O Thunder ganhava mal, eu ainda estudava e o dinheiro não era muito. Nunca marcámos sítio nenhum de lua-de-mel, ficou decidido que iríamos passar os dias à casa do meu pai no Alentejo, casa que já me conhece desde que nasci e já conhecia tão bem o Thunder.
Chegámos lá no domingo. Na 3ª feira o meu pai apareceu lá porque tinha que ir tratar de uns assuntos. Depositou-nos o meu irmão (o do meio, na altura com 11 aos) e deu de frosques. Ainda perguntámos se vinha almoçar mas só respondeu que não sabia. Nem sequer sabia se ia lá ficar para o dia seguinte.
No fim de semana seguinte foi a Páscoa. Os meus tios por parte da minha mãe têm uma casa também nesse sítio (coincidências muito coincidentes da vida) e foi uma romaria para passarem lá a Páscoa: a minha mãe, o meu padrasto, os meus avós, os meus tios, o mais velho dos meus irmãos...
Enfim, tivemos uma lua-de-mel muito sui generis, como já perceberam.
segunda-feira, abril 27, 2009
Alunos engraçadinhos.. ah pois era!
Estávamos numa aula de computação aplicada à geologia. O programa a aprender era o mais que arcaico qbasic.
Exercício de grupo, escrever uma linha de comandos que executasse a classificação de um triângulo de acordo com os seus ângulos internos.
Teríamos que inserir valores de ângulos e pela relação entre esses valores ele classificaria o triângulo como equilátero, isósceles ou escaleno. Para valores cuja soma fosse superior a 180º o exercício dizia para escrever na linha de comandos "Por favor insira novos valores" (ou algo muito parecido).
Aqui a menina, com a mania que é engraçadinha e farta de monotonias sugeriu ao grupo, todo ele muito engraçadinho também, que substituíssemos "Por favor insira novos valores" por "És parvo ou o quê?". Achámos que este "És parvo ou o quê" se enquadrava muito melhor, dado o tema...
Depois de ter o programa a correr iríamos testá-lo com uns colegas que tínhamos a certeza que iam pôr valores ao calhas sem pensar na soma total e iria aparecer um "És parvo ou o quê" [com o detalhe de estar cheio de pontos de interrogação e exclamação].
Mas... eis que uma coisa correu mal no nosso programa. Bem que o púnhamos valores mas o ecrã estava sempre negro. Tanto tentámos sem sucesso que chamámos o professor sem sequer nos lembrarmos da nossa subtil alteração.
O problema (imediatamente identificado pela "autoridade") do nosso comando foi que estávamos a ordenar "CLS" depois do resto do programa e vai daí que o programa corria e imediatamente limpava o ecrã e ficava tudo negro, de ecrã limpinho (era muito bem mandado e asseado este CLS).
Vai daí que o professor emenda, reescreve e executa com uns valores totalmente estapafúrdios.
Imediatamente aparece no ecrã «És parvo ou o quê??!!».
Meio segundo depois, se tanto, diz o professor: acho que o vosso programa já está a correr como deve ser.
E levantou-se e foi embora. E nós... bem.. levantámo-nos, saímos da sala, rimos que nem uns perdidos, voltámos a entrar e no fim pedimos desculpa ao professor e explicámos que não tinha sido intencional para ele.
Como acabei o curso deduzo que não tenham ficado ressentimentos.
Exercício de grupo, escrever uma linha de comandos que executasse a classificação de um triângulo de acordo com os seus ângulos internos.
Teríamos que inserir valores de ângulos e pela relação entre esses valores ele classificaria o triângulo como equilátero, isósceles ou escaleno. Para valores cuja soma fosse superior a 180º o exercício dizia para escrever na linha de comandos "Por favor insira novos valores" (ou algo muito parecido).
Aqui a menina, com a mania que é engraçadinha e farta de monotonias sugeriu ao grupo, todo ele muito engraçadinho também, que substituíssemos "Por favor insira novos valores" por "És parvo ou o quê?". Achámos que este "És parvo ou o quê" se enquadrava muito melhor, dado o tema...
Depois de ter o programa a correr iríamos testá-lo com uns colegas que tínhamos a certeza que iam pôr valores ao calhas sem pensar na soma total e iria aparecer um "És parvo ou o quê" [com o detalhe de estar cheio de pontos de interrogação e exclamação].
Mas... eis que uma coisa correu mal no nosso programa. Bem que o púnhamos valores mas o ecrã estava sempre negro. Tanto tentámos sem sucesso que chamámos o professor sem sequer nos lembrarmos da nossa subtil alteração.
O problema (imediatamente identificado pela "autoridade") do nosso comando foi que estávamos a ordenar "CLS" depois do resto do programa e vai daí que o programa corria e imediatamente limpava o ecrã e ficava tudo negro, de ecrã limpinho (era muito bem mandado e asseado este CLS).
Vai daí que o professor emenda, reescreve e executa com uns valores totalmente estapafúrdios.
Imediatamente aparece no ecrã «És parvo ou o quê??!!».
Meio segundo depois, se tanto, diz o professor: acho que o vosso programa já está a correr como deve ser.
E levantou-se e foi embora. E nós... bem.. levantámo-nos, saímos da sala, rimos que nem uns perdidos, voltámos a entrar e no fim pedimos desculpa ao professor e explicámos que não tinha sido intencional para ele.
Como acabei o curso deduzo que não tenham ficado ressentimentos.
quinta-feira, abril 23, 2009
Na fotocopiadora
A. - Por acaso não queres tirar mais umas fotocópias?
Eu - De quê?
A. - Deste ... livro!
Eu - Todo?!
A. - Sim
Eu - Quanto é que pagas?
A. - 10 euros
Eu - Feito.
A. - 'Tás a sério?
Eu - Tu 'tás?
A. - Eu 'tou, detesto tirar fotocópias.
Eu - Eu também [estou a sério]. Não me chateia nada tirar e muito menos receber os 10 euros.
Aperto de mão. Acordo selado.
Eu - De quê?
A. - Deste ... livro!
Eu - Todo?!
A. - Sim
Eu - Quanto é que pagas?
A. - 10 euros
Eu - Feito.
A. - 'Tás a sério?
Eu - Tu 'tás?
A. - Eu 'tou, detesto tirar fotocópias.
Eu - Eu também [estou a sério]. Não me chateia nada tirar e muito menos receber os 10 euros.
Aperto de mão. Acordo selado.
terça-feira, abril 21, 2009
Mais uma volta, mais uma viagem*
* Título de hoje da Tita, Pensamentos a metro
Seria impossível não me redordar porque motivo não ponho os pés nos carrinhos de choque. Em cerca de 25 anos andei uma vez e gostei, mas as condições foram as perfeitas. A pista era do nosso grupo e todos sabiam o meu medo. Por isso foram muito meiguinhos comigo e sim, diverti-me. Mas não me apanham lá.
Porquê?
Traumas de infância, é o que é!
Teria eu uns 7 ou 8 anos. Estava na terra do meu avô, como sempre que estava de férias e lá estavam os típicos carrinhos de choque.
Sei que estava a andar com o meu pai. Sei que houve um embate frontal muito violento. Sei que fui projectada para a frente, não saltei do carro mas quase, bati com a cara no ferro.
O resultado foi muito muito mau, não parti o nariz mas não me safei de umas horitas deitada com gelo na cara porque a hemorragia não parava.
Lembro-me de outras coisas que preferia não lembrar mas isso agora não interessa nada e se o Sr. Alzheimer vier ele que venha e me leve esta recordação em troca de me deixar ficar outras melhores!
Seria impossível não me redordar porque motivo não ponho os pés nos carrinhos de choque. Em cerca de 25 anos andei uma vez e gostei, mas as condições foram as perfeitas. A pista era do nosso grupo e todos sabiam o meu medo. Por isso foram muito meiguinhos comigo e sim, diverti-me. Mas não me apanham lá.
Porquê?
Traumas de infância, é o que é!
Teria eu uns 7 ou 8 anos. Estava na terra do meu avô, como sempre que estava de férias e lá estavam os típicos carrinhos de choque.
Sei que estava a andar com o meu pai. Sei que houve um embate frontal muito violento. Sei que fui projectada para a frente, não saltei do carro mas quase, bati com a cara no ferro.
O resultado foi muito muito mau, não parti o nariz mas não me safei de umas horitas deitada com gelo na cara porque a hemorragia não parava.
Lembro-me de outras coisas que preferia não lembrar mas isso agora não interessa nada e se o Sr. Alzheimer vier ele que venha e me leve esta recordação em troca de me deixar ficar outras melhores!
segunda-feira, abril 20, 2009
Memórias de uma semana de cão (versão da dona*)
Dia 1 (5ª feira 9 de Abril): ok, tirando ter ficado TODA a manhã a ladrar à porta de casa e a fazer uma barulheira para o prédio todo até correu bem. Não destruiu nada. De tarde fechou-se na dispensa. Foi chato, ficou assustadíssimo.
»Mete-se o fim-de-semana da Páscoa»
Dia 2 (Domingo de Páscoa): apesar de estar habituado a ficar dentro do carro, há 9 anos que é assim, resolveu dar um arzinho da sua graça e roer os cintos de segurança. Pipas de massa em cintos novos.
Dia 3 (2ª feira 13 de Abril): deixei-o fechado na cozinha, esqueci-me de tirar o cinzeiro de cima da mesa. O resultado de ter puxado a toalha foi chegar e ter o cinzeiro partido no chão, a caixa do pão (e o pão) no chão e um cão aos saltos junto aos cacos e eu aflita para ele não se cortar. De tarde resolveu brincar com o caixote do lixo e virá-lo.
Dia 4: outra vez fechado na cozinha. Caixote do lixo sem saco para no caso de ele o virar não ficar tudo sujo. Tirando roer umas embalagens vazias de cartão e ter roído o pedal do caixote do lixo correu tudo ok.
Dia 5: Tudo ok, que me lembre... tudo ok.
Dia 6: Idem. Excepto que abriu a porta da cozinha e saiu. Vá lá vá lá que estava tudo inteiro.
Dia 7: Deixei-o na cozinha mas trancado. Até correu tudo bem. Lá se farta de ladrar e tal, rouco à brava mas tirando isso tudo ok.
»Mete-se o fim-de-semana«
Dia 8 (2ª feira 20 de Abril): Lá ficou até sossegadito. Quando cheguei estava a ladrar, para não variar. Quando destranquei a porta da cozinha.. oh my god... tinha deitado abaixo uma prateleira de um carro de apoio que tinha dois frascos de sumo concentrado. Não preciso descrever o resultado... pois não?
Cão para a banheira e limpar a cozinha do sumo e dos cacos. Foi bonito, foi...
Cão Nunes, é só prejuízo e juízo nada!
[Up-date: como a cozinha ficou demasiado limpa à hora de almoço durante a tarde entreteve-se a furar um pacote de leite. Ao menos assim ficou suja outra vez! Uma vez limpo eu, outra vez limpa o Thunder.]
* A versão do cão será publicada no sushi
»Mete-se o fim-de-semana da Páscoa»
Dia 2 (Domingo de Páscoa): apesar de estar habituado a ficar dentro do carro, há 9 anos que é assim, resolveu dar um arzinho da sua graça e roer os cintos de segurança. Pipas de massa em cintos novos.
Dia 3 (2ª feira 13 de Abril): deixei-o fechado na cozinha, esqueci-me de tirar o cinzeiro de cima da mesa. O resultado de ter puxado a toalha foi chegar e ter o cinzeiro partido no chão, a caixa do pão (e o pão) no chão e um cão aos saltos junto aos cacos e eu aflita para ele não se cortar. De tarde resolveu brincar com o caixote do lixo e virá-lo.
Dia 4: outra vez fechado na cozinha. Caixote do lixo sem saco para no caso de ele o virar não ficar tudo sujo. Tirando roer umas embalagens vazias de cartão e ter roído o pedal do caixote do lixo correu tudo ok.
Dia 5: Tudo ok, que me lembre... tudo ok.
Dia 6: Idem. Excepto que abriu a porta da cozinha e saiu. Vá lá vá lá que estava tudo inteiro.
Dia 7: Deixei-o na cozinha mas trancado. Até correu tudo bem. Lá se farta de ladrar e tal, rouco à brava mas tirando isso tudo ok.
»Mete-se o fim-de-semana«
Dia 8 (2ª feira 20 de Abril): Lá ficou até sossegadito. Quando cheguei estava a ladrar, para não variar. Quando destranquei a porta da cozinha.. oh my god... tinha deitado abaixo uma prateleira de um carro de apoio que tinha dois frascos de sumo concentrado. Não preciso descrever o resultado... pois não?
Cão para a banheira e limpar a cozinha do sumo e dos cacos. Foi bonito, foi...
Cão Nunes, é só prejuízo e juízo nada!
[Up-date: como a cozinha ficou demasiado limpa à hora de almoço durante a tarde entreteve-se a furar um pacote de leite. Ao menos assim ficou suja outra vez! Uma vez limpo eu, outra vez limpa o Thunder.]
* A versão do cão será publicada no sushi
18 Abril de 2008
E a nossa vida estava prestes a dar uma cambalhota dupla ou tripla. Mas não: deu uma cambalhota e endireitou-se. A nossa vida enditreitou-se, a vida do meu sogro nem por isso, ele sim ainda anda às cambalhotas.
Dia 18 de Abril estávamos prestes a entrar no Pavilhão Atlântico quando recebemos o telefonema da ex-madrasta do Rui. E foi assim que dia 19 o pai dele se mudou para nossa casa onde esteve um mês, mais coisa menos coisa.
A nossa vida recuperou mas a dele nunca mais foi a mesma. Ainda hoje me pregunto como foi possível ter acontecido o que aconteceu.
Dia 18 de Abril estávamos prestes a entrar no Pavilhão Atlântico quando recebemos o telefonema da ex-madrasta do Rui. E foi assim que dia 19 o pai dele se mudou para nossa casa onde esteve um mês, mais coisa menos coisa.
A nossa vida recuperou mas a dele nunca mais foi a mesma. Ainda hoje me pregunto como foi possível ter acontecido o que aconteceu.
Como que desenrolar um novelo
Diz-se que a ocnversa é como as cerejas.
As memórias são como a conversa. Começam a surgir e quem as controla?
Tantas, tantas que tenho tido...
As memórias são como a conversa. Começam a surgir e quem as controla?
Tantas, tantas que tenho tido...
quarta-feira, abril 15, 2009
15 de Abril de dois mil - 2º take
Apesar de estar a morar com o Rui há um ano e de ter morado desde os 12 com o meu pai saí de casa da minha mãe que ela fez questão.
A minha mãe acordou-me pelas 7h da manhã. Eu dormi que nem um calhau depois de ter tomado tudo e mais alguma coisa para atacar a gripe que apareceu na véspera. Sinceramente? Tinha dado tudo para ficar mais uns minutinhos na ronha...
Banho. Cabeleireiro. Visitas a chegar. Vestir vestido. Irmão e futura cunhada a ir para casa do futuro sogro porque foram padrinhos do noivo e iam tirar fotos com ele. Irmão e cunhada a chegar a casa à queima para tirar fotos comigo.
Fotógrafo a ensinar-me a andar com o vestido. Mais convidados. Mais fotos. O meu pai foi a casa da minha mãe 16 anos depois. Fiquei feliz, sim.
Saída para a igreja, levada pelo pai (um fez questão que eu dormisse, o outro de me levar.) Chuva e mais chuva e mais chuva.
Ficar à porta da igreja à espera que o casamento anterior acabasse. Seguir instruções do fotógrafo para a entrada na igreja.
Entrar de braço dado ao meu pai e ver ao fundo o meu noivo. Sentir a expectativa dos convidados.
Chegar ao altar e o padre ainda estar a preparar-se. Fazer conversa de circusntância com o meu noivo: "Olá, tudo bem? Então, por aqui?"
Casar. Dizer "Sim" e relembrar de um modo muito especial os que não puderam fisicamente estar presentes na cerimónia por terem falecido. O texto que eu e ele escrevemos.
Mais fotos. Arroz. Frio, chuva, vento e frio e chuva e vento. Querer fumar um cigarrito e ser solicitada para todas as fotos. Sorriso congelado na cara, já não saía. Copo-de-água. Confusão "normal", creio.
Pedir "Por favor, pode sair de cima do meu vestido para eu andar?".
Ter o pai a comentar com um amigo "Daqui a nada vai calçar as botifarras dela". Levantar o vestido e mostrar "Pai, foi a 1ª coisa que fiz foi tirar aqueles sapatos horrorosos".
Quase não ter sossego para comer. Dar a volta por todas as mesas. Rezar para que na mesa dos noivos, a maior que já vi (incluía as 2ª esposas dos nossos pais), tudo corresse bem e que nenhum convidado se lembrasse de pedir beijos entre os pais.
Esquivar ao leilão da noiva. Bahhhhhh. Não gosto dessa parte nos outros casamentos e não quis no meu.
O dia a passar a correr. Pagar. Sair. Ir a casa. Vestir uma camisola quentinha por cima do vestido. Ir até à Estalagem Solar dos Mouros onde passámos a nossa primeira noite de casados. Entrar ao colo como nos filmes. De vestido, botas Docs e camisola.
Tirar o vestido e perceber que nem tudo é um conto de fadas. Quilos e quilos de arroz cairam no chão. Ganchos no cabelo que nunca mais acabavam. E muitas bolhas por causa de faixa de aderência das meias de liga à perna.
Inesquecível. Mas não vá o Alzheimer visitar-me fica aqui tudo registadinho.
A minha mãe acordou-me pelas 7h da manhã. Eu dormi que nem um calhau depois de ter tomado tudo e mais alguma coisa para atacar a gripe que apareceu na véspera. Sinceramente? Tinha dado tudo para ficar mais uns minutinhos na ronha...
Banho. Cabeleireiro. Visitas a chegar. Vestir vestido. Irmão e futura cunhada a ir para casa do futuro sogro porque foram padrinhos do noivo e iam tirar fotos com ele. Irmão e cunhada a chegar a casa à queima para tirar fotos comigo.
Fotógrafo a ensinar-me a andar com o vestido. Mais convidados. Mais fotos. O meu pai foi a casa da minha mãe 16 anos depois. Fiquei feliz, sim.
Saída para a igreja, levada pelo pai (um fez questão que eu dormisse, o outro de me levar.) Chuva e mais chuva e mais chuva.
Ficar à porta da igreja à espera que o casamento anterior acabasse. Seguir instruções do fotógrafo para a entrada na igreja.
Entrar de braço dado ao meu pai e ver ao fundo o meu noivo. Sentir a expectativa dos convidados.
Chegar ao altar e o padre ainda estar a preparar-se. Fazer conversa de circusntância com o meu noivo: "Olá, tudo bem? Então, por aqui?"
Casar. Dizer "Sim" e relembrar de um modo muito especial os que não puderam fisicamente estar presentes na cerimónia por terem falecido. O texto que eu e ele escrevemos.
Mais fotos. Arroz. Frio, chuva, vento e frio e chuva e vento. Querer fumar um cigarrito e ser solicitada para todas as fotos. Sorriso congelado na cara, já não saía. Copo-de-água. Confusão "normal", creio.
Pedir "Por favor, pode sair de cima do meu vestido para eu andar?".
Ter o pai a comentar com um amigo "Daqui a nada vai calçar as botifarras dela". Levantar o vestido e mostrar "Pai, foi a 1ª coisa que fiz foi tirar aqueles sapatos horrorosos".
Quase não ter sossego para comer. Dar a volta por todas as mesas. Rezar para que na mesa dos noivos, a maior que já vi (incluía as 2ª esposas dos nossos pais), tudo corresse bem e que nenhum convidado se lembrasse de pedir beijos entre os pais.
Esquivar ao leilão da noiva. Bahhhhhh. Não gosto dessa parte nos outros casamentos e não quis no meu.
O dia a passar a correr. Pagar. Sair. Ir a casa. Vestir uma camisola quentinha por cima do vestido. Ir até à Estalagem Solar dos Mouros onde passámos a nossa primeira noite de casados. Entrar ao colo como nos filmes. De vestido, botas Docs e camisola.
Tirar o vestido e perceber que nem tudo é um conto de fadas. Quilos e quilos de arroz cairam no chão. Ganchos no cabelo que nunca mais acabavam. E muitas bolhas por causa de faixa de aderência das meias de liga à perna.
Inesquecível. Mas não vá o Alzheimer visitar-me fica aqui tudo registadinho.
Ok, resultou
A parte menos boa é que o rodapé do mail veio atrás. Mas recordação é recordação e não vale a pena apagar nada!
Estreia
Isto fica na minha história, tem que ser!
Post enviado por email. É muito à frente... acho que se resultar não vou querer outra coisa.
--
Pense bem antes de imprimir este e-mail: ajude a protejer o ambiente.
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Quando reencaminhar este email faça o seguinte:
1. Apague todos os endereços de email do cabeçalho, bem como
qualquer um que apareça no corpo da mensagem
2. Protega os endereços dos destinatários: coloque-os em BCC (ou Cco)
3. Combater o SPAM é tarefa de todos!
Post enviado por email. É muito à frente... acho que se resultar não vou querer outra coisa.
--
Pense bem antes de imprimir este e-mail: ajude a protejer o ambiente.
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Quando reencaminhar este email faça o seguinte:
1. Apague todos os endereços de email do cabeçalho, bem como
qualquer um que apareça no corpo da mensagem
2. Protega os endereços dos destinatários: coloque-os em BCC (ou Cco)
3. Combater o SPAM é tarefa de todos!
segunda-feira, abril 13, 2009
Muito esquema, muito esquema ;)
Aqui há uns anos, algures entre 10 a 14 anos atrás, como todos se lembram não havia mil e um operadores de tecnologias como hoje.
Para telefonar do "fixo" havia a tradicional PT e já era muito bom. Os preços é que faziam qualquer pai de adolescente atirar-se pela janela, mas isso eram danos calaterais que não interessam nada.
Pois que eu queria ligar à minha amiga C. e o meu pai dava-me na cabeça (o pessoal arranjava sempre um bom motivo para telefonar) e a C. queria ligar-me a a mãe dela dava-lhe na cabeça.
E para grandes males grandes remédios. O esquema era simples: a C. ligava-me para casa. Dizia à mãe que era um toque que eu percebia para lhe ligar. Em minha casa o telefone tocava. Fosse quem fosse que atendesse ouvia-se bem que tinha sido atendido. Entretanto eu desligava e ligava para ela. O meu pai tinha ouvido o telefone a tocar e ficava naquela que a chamada tinha sido recebida. Em casa da C. o telefone tocava e ela é que a tinha recebido.
No fim do mês ela não levava (muito) na cabeça e eu também não.
Para telefonar do "fixo" havia a tradicional PT e já era muito bom. Os preços é que faziam qualquer pai de adolescente atirar-se pela janela, mas isso eram danos calaterais que não interessam nada.
Pois que eu queria ligar à minha amiga C. e o meu pai dava-me na cabeça (o pessoal arranjava sempre um bom motivo para telefonar) e a C. queria ligar-me a a mãe dela dava-lhe na cabeça.
E para grandes males grandes remédios. O esquema era simples: a C. ligava-me para casa. Dizia à mãe que era um toque que eu percebia para lhe ligar. Em minha casa o telefone tocava. Fosse quem fosse que atendesse ouvia-se bem que tinha sido atendido. Entretanto eu desligava e ligava para ela. O meu pai tinha ouvido o telefone a tocar e ficava naquela que a chamada tinha sido recebida. Em casa da C. o telefone tocava e ela é que a tinha recebido.
No fim do mês ela não levava (muito) na cabeça e eu também não.
terça-feira, abril 07, 2009
A minha aventura no ballet
Acho que muitas das meninas, quando são pequeninas, sonham ser bailarinas, não sei. Eu sonhei (I had a dream... and then I woke up.).
Estaríamos em... sei lá... 1983 ou 1984 e no colégio onde eu andava abriram aulas de ballet. O meu pai quando me viu entusiasmada inscreveu-me e andei lá a bailar e a aprender pliês (ou lá como se chama), ainda me lembro da cantilena ao piano pliê-esticou-subiu-baixou, até que o meu pai soube de umas provas de ingresso na Conservatória, pegou em mim e lá fomos.
Por um lado eu ia satisfeita por outro pensava que não ia lá fazer nada, ia só ver como era pois eu nem um ano tinha de lições.
E lá fui com o meu pai, toda contente. Fiz os meus pliês e o que raio mais eu sabia fazer.
Havia, lembro-me, 4 rapazes que não faziam ideia do que sequer ballet, creio. Esses não tiveram que fazer prova e tiveram entrada directa.
Depois havia uns 3 milhões e meio de raparigas (pronto, talvez fossem só umas centenas). Dançavam tão bem... e eu ali tão novata (e novinha).
Vim embora tão desiludida com a nega que nunca mais fiz ballet.
Pronto, além da nega a entrada na Conservatória ia ditar se continuava ou não porque com o divórcio não ia haver dinheirinhos para dançar.
E foi assim que a separação de um casal no concelho de Sintra fez com que a Humanidade perdesse uma lenda do bailado clássico.
Estaríamos em... sei lá... 1983 ou 1984 e no colégio onde eu andava abriram aulas de ballet. O meu pai quando me viu entusiasmada inscreveu-me e andei lá a bailar e a aprender pliês (ou lá como se chama), ainda me lembro da cantilena ao piano pliê-esticou-subiu-baixou, até que o meu pai soube de umas provas de ingresso na Conservatória, pegou em mim e lá fomos.
Por um lado eu ia satisfeita por outro pensava que não ia lá fazer nada, ia só ver como era pois eu nem um ano tinha de lições.
E lá fui com o meu pai, toda contente. Fiz os meus pliês e o que raio mais eu sabia fazer.
Havia, lembro-me, 4 rapazes que não faziam ideia do que sequer ballet, creio. Esses não tiveram que fazer prova e tiveram entrada directa.
Depois havia uns 3 milhões e meio de raparigas (pronto, talvez fossem só umas centenas). Dançavam tão bem... e eu ali tão novata (e novinha).
Vim embora tão desiludida com a nega que nunca mais fiz ballet.
Pronto, além da nega a entrada na Conservatória ia ditar se continuava ou não porque com o divórcio não ia haver dinheirinhos para dançar.
E foi assim que a separação de um casal no concelho de Sintra fez com que a Humanidade perdesse uma lenda do bailado clássico.
quinta-feira, abril 02, 2009
Pequeno aparte - dúvidazinha
Uma memória é algo que já tenha ocorrido independentemente do tempo que passou, certo?
Algo que aconteceu há 2 minutos já pode ser alvo de destaque?
Algo que aconteceu há 2 minutos já pode ser alvo de destaque?
quarta-feira, abril 01, 2009
Primeiro aniversário na minha casa
O episódio de baixo levou-me directamente a este, porque as figurinhas são memso tristes mas no fim até dá vontade de rir.
Um dos muitos episódios que também se passaram foi este: no meu aniversário de 1999, 1º ano que passava na minha casa, resolvi fazer uma festinha. Muita comida e bebida.
A dada altura, tudo bem regadinho, começam os estragos (festa sem estragos não é festa, certo?). Uma amiga vem ter comigo e diz-me muito embriagadamente séria: Vanda, parti o teu cinzeiro.
E respondo eu embriagadamente nas tintas: Partiste? Onde é que ele está?
Diz ela: Aqui.
E mostra-o. O cinzeiro estava partido em dois bocados iguais (ou pelo menos assim pareciam).
O que lhe agradeci.
Obrigada, obrigada! Agora não tenho um cinzeiro, tenho dois, nunca me tinha lembrado disto!
No dia a seguir não teve tanta graça.
Um dos muitos episódios que também se passaram foi este: no meu aniversário de 1999, 1º ano que passava na minha casa, resolvi fazer uma festinha. Muita comida e bebida.
A dada altura, tudo bem regadinho, começam os estragos (festa sem estragos não é festa, certo?). Uma amiga vem ter comigo e diz-me muito embriagadamente séria: Vanda, parti o teu cinzeiro.
E respondo eu embriagadamente nas tintas: Partiste? Onde é que ele está?
Diz ela: Aqui.
E mostra-o. O cinzeiro estava partido em dois bocados iguais (ou pelo menos assim pareciam).
O que lhe agradeci.
Obrigada, obrigada! Agora não tenho um cinzeiro, tenho dois, nunca me tinha lembrado disto!
No dia a seguir não teve tanta graça.
Granda "bubadeira"...
Aqui a je, moi même volta e meia entusiasmava-se com os licores e não só e vai daí que depois via tudo a duplicar - quando eram coisas boas ainda vá que não vá, mas quando não eram era chato.
Estava a passar pelo blog da Kika e por causa de umas trocas de comprimidos lembrei-me de um episódio hoje hilariante, na altura angustiante.
Chegada eu de uma noite bem regada como a maioria das noites de férias deparo-me com a dificuldade n.º 1: entrar no quarto. Ras'parta a porta que não era ali, era só ao lado, demorou a perceber mas consegui entrar sem fazer muito barulho (pensava eu, até hoje não sei porque se fiz ninguém se acusou).
Acabadinha de entrar no quarto e finalmente parada reparo que para meu mal o efeito centrifugadora iria começar em breve.
Não podendo sair do querto (corria o risco de não conseguir voltar a entrar) para ir abastecer o jarrinho de água recorri aos meus kompensans. Tomaria a "dose-bubadeira" e, pensava eu, quando já estivesse dietadinha e o quarto parásse de girar eu ia adormecer e com sorte não ia haver estragos. Estava tudo controlado. Tudinho.
Pego na embalagem e pressiono o plástico para tirar um que... puffft, manda um vôo para um sítio qualquer (naquele estado algo superior a 10 cm era uma distância imensa).
Sem stress (ena, ainda tenho tantos) fiz o mesmo com outro. A mesma coisa. Pufffft...
E isto repetiu-se com todos até que no último já estava a pensar que estava tramada: sem poder sair do quarto e com todos os comprimidos loge de mim. Oh que noite desgraçada...!
Consegui agarrar, a muito custo, o último. Boa Vanda, boa. Genial. (Ela há com cada figura que só visto...)
Mas como não há duas sem três, na hora de despir e deitar a coisa não correu muito bem. Não consegui desapertar o nó horrível que dei nos sapatos. Então, a muito custo (não esquecer o efeito centrifugadora a iniciar o modo "velocidade-estonteante" que é mesmo antes da "velocidade-absurda"), consegui arrancar o sapato do pé, todo apertado. Custou à brava mas consegui.
No dia seguinte quando acordei lá fui eu, com a cabeça do triplo do tamanho, procurar os comprimidos e tentar tirar o nó horrível do sapato.
Os comprimidos estavam realmente em sítios que não lembravam a ninguém. Mas os sapatos? Os nós? Só vendo. Não havia nó nenhum. Apenas um laço desfeito e uma ponta do cordel rodeando a outra.
Estava a passar pelo blog da Kika e por causa de umas trocas de comprimidos lembrei-me de um episódio hoje hilariante, na altura angustiante.
Chegada eu de uma noite bem regada como a maioria das noites de férias deparo-me com a dificuldade n.º 1: entrar no quarto. Ras'parta a porta que não era ali, era só ao lado, demorou a perceber mas consegui entrar sem fazer muito barulho (pensava eu, até hoje não sei porque se fiz ninguém se acusou).
Acabadinha de entrar no quarto e finalmente parada reparo que para meu mal o efeito centrifugadora iria começar em breve.
Não podendo sair do querto (corria o risco de não conseguir voltar a entrar) para ir abastecer o jarrinho de água recorri aos meus kompensans. Tomaria a "dose-bubadeira" e, pensava eu, quando já estivesse dietadinha e o quarto parásse de girar eu ia adormecer e com sorte não ia haver estragos. Estava tudo controlado. Tudinho.
Pego na embalagem e pressiono o plástico para tirar um que... puffft, manda um vôo para um sítio qualquer (naquele estado algo superior a 10 cm era uma distância imensa).
Sem stress (ena, ainda tenho tantos) fiz o mesmo com outro. A mesma coisa. Pufffft...
E isto repetiu-se com todos até que no último já estava a pensar que estava tramada: sem poder sair do quarto e com todos os comprimidos loge de mim. Oh que noite desgraçada...!
Consegui agarrar, a muito custo, o último. Boa Vanda, boa. Genial. (Ela há com cada figura que só visto...)
Mas como não há duas sem três, na hora de despir e deitar a coisa não correu muito bem. Não consegui desapertar o nó horrível que dei nos sapatos. Então, a muito custo (não esquecer o efeito centrifugadora a iniciar o modo "velocidade-estonteante" que é mesmo antes da "velocidade-absurda"), consegui arrancar o sapato do pé, todo apertado. Custou à brava mas consegui.
No dia seguinte quando acordei lá fui eu, com a cabeça do triplo do tamanho, procurar os comprimidos e tentar tirar o nó horrível do sapato.
Os comprimidos estavam realmente em sítios que não lembravam a ninguém. Mas os sapatos? Os nós? Só vendo. Não havia nó nenhum. Apenas um laço desfeito e uma ponta do cordel rodeando a outra.
terça-feira, março 31, 2009
Ena... 10 anos!
Jááááááá???? Taaaaaaaanto??
Pois é, "játantofogoirrapôçasotempopassoudepressa".
Há 10 anos atrás (não me lembro exactamente o dia) demos o sinal e a primeira renda de casa da nossa vida a dois.
Quando soubémos que o Thunder não ia à tropa e que renovou contrato no trabalho dele nem esperámos mais: nem por férias nem por fim de curso nem por nada. Começámos a ver casas. Vimos para aí... uma! Ahahah, pois acho que só vimos uma e alugámos logo.
10 anitos...
Pois é, "játantofogoirrapôçasotempopassoudepressa".
Há 10 anos atrás (não me lembro exactamente o dia) demos o sinal e a primeira renda de casa da nossa vida a dois.
Quando soubémos que o Thunder não ia à tropa e que renovou contrato no trabalho dele nem esperámos mais: nem por férias nem por fim de curso nem por nada. Começámos a ver casas. Vimos para aí... uma! Ahahah, pois acho que só vimos uma e alugámos logo.
10 anitos...
sexta-feira, março 27, 2009
Peladjus in Santux
Ora acho que correria o ano de 1996, era o primeiro ano de faculdade, segundo semestre, a C. não conseguiu ficar na nossa turma.
O J. tinha carro, o resto nem carta...
Encontrávamos-nos onde? Em Santos. Cais do Sodré / Santos. 7 e pouco da manhã.
Se bem me lembro era o J. a conduzir, eu , o N., o R., e o T.
Não me devo lembrar assim tão bem porque não me lembro bem se o T. se chamava T.. Paciência.
E lá íamos nós fosse para que praia fosse da linha para ter aulas de geologia - partir calhau, mas isso era com o V. - enquanto tudo estava a apanhar solinho e a trabalhar pró bronze.
Isso é que foram bons tempos.
Lá íamos nós os 5 a cantar Mamonas Assassinas que nem uns doidos varridos.
O J. tinha carro, o resto nem carta...
Encontrávamos-nos onde? Em Santos. Cais do Sodré / Santos. 7 e pouco da manhã.
Se bem me lembro era o J. a conduzir, eu , o N., o R., e o T.
Não me devo lembrar assim tão bem porque não me lembro bem se o T. se chamava T.. Paciência.
E lá íamos nós fosse para que praia fosse da linha para ter aulas de geologia - partir calhau, mas isso era com o V. - enquanto tudo estava a apanhar solinho e a trabalhar pró bronze.
Isso é que foram bons tempos.
Lá íamos nós os 5 a cantar Mamonas Assassinas que nem uns doidos varridos.
quarta-feira, março 25, 2009
Só mais uma?
Só mais uma! Só mais uma!
Pronto, pronto, eu conto só mais esta recordação por hoje, só porque insistiram tanto, vá lá: merecem.
Esta recordação envolve: Vanda Maria, sala de aula, iogurtes.
A Vanda Maria sempre foi assim muito estouvadinha, diabo da rapariga sempre de cabeça no ar e sem atenção nenhuma a nada das coisas dela.
A Vanda Maria chegava à sala de aula, ia sossegada para o seu lugar, tirava os livros da "pasta" (não tive uma mochila na escola primária, tinha uma pasta!), tirava o caderno OU de debaixo da mesa OU de dentro da pasta (caso tivesse levado alguma palavra estilo "ao" para corrigir (leia-se escrever 500 vezes "ao" sem pôr til), tirava o estojo, a cola, tudo e tudo e tudo e deixava a pasta ali completamente esventrada e sugada de conteúdo ... bem.. completamente não, completamemnte era o que eu achava sempre (burra!!).
Quando é que eu descobria que não estava completamente vazia? Quando?
Quando me levantava para ir ao quadro, pisava a pasta e ouvia qualquer coisa semelhente a "crcchhploc" e me lembrava que o iogurte ainda estava lá dentro. Depois da minha pisadela já não estava na embalagem mas sim a forrar as paredes da pasta.
O que se conclui? Ein?
Que a minha pasta da escola tinha sempre o agradável aroma a ... iogurte.
Pronto, pronto, eu conto só mais esta recordação por hoje, só porque insistiram tanto, vá lá: merecem.
Esta recordação envolve: Vanda Maria, sala de aula, iogurtes.
A Vanda Maria sempre foi assim muito estouvadinha, diabo da rapariga sempre de cabeça no ar e sem atenção nenhuma a nada das coisas dela.
A Vanda Maria chegava à sala de aula, ia sossegada para o seu lugar, tirava os livros da "pasta" (não tive uma mochila na escola primária, tinha uma pasta!), tirava o caderno OU de debaixo da mesa OU de dentro da pasta (caso tivesse levado alguma palavra estilo "ao" para corrigir (leia-se escrever 500 vezes "ao" sem pôr til), tirava o estojo, a cola, tudo e tudo e tudo e deixava a pasta ali completamente esventrada e sugada de conteúdo ... bem.. completamente não, completamemnte era o que eu achava sempre (burra!!).
Quando é que eu descobria que não estava completamente vazia? Quando?
Quando me levantava para ir ao quadro, pisava a pasta e ouvia qualquer coisa semelhente a "crcchhploc" e me lembrava que o iogurte ainda estava lá dentro. Depois da minha pisadela já não estava na embalagem mas sim a forrar as paredes da pasta.
O que se conclui? Ein?
Que a minha pasta da escola tinha sempre o agradável aroma a ... iogurte.
Balouçando na escolinha
[E vai daí - ou daqui - que me lembrei disto depois de ler o post de ontem da Me Hate]
Fiz a instrução primária num colégio. Não sei até que ponto o modo de estar era diferente ou não. Nem sei se esta informação é relevante ou não.
Certo dia, estava eu na 3ª classe, distraída - como sempre, despachada da tarefa - como sempre, olhava para a turma no geral - como sempre.
Eu sentadinha na fila da sala, na minha carteira que era enoooorme (hoje se olhar para ela deve ser minúscula) que estava ao lado da porta e na porta, encostada à ombreira, a minha querida Micanda a falar com outra professora, se não estou em erro a Luísa (essa nunca foi minha professora).
Estava eu despachada dos afazeres e comecei a balouçar a cadeira nas pernas de trás. Um balancinho pequeno. Outro um bocadinho maior e a dada altura as costas da minha cadeira encontraram a carteira do colega de trás, suavemente.
Lembro-me da Micanda dizer que eu devia parar com a brincadeira porque ianda caía e lembro-me de, teiosamente, dizer que não.
Baloucinho, balouçadela, balancete, baloução, a mesa de trás a ir-se desviando aos poucos e catrapum, Vanda no meio do chão.
Foi giro e aprendi a lição.
(E daí talvez não)
Fiz a instrução primária num colégio. Não sei até que ponto o modo de estar era diferente ou não. Nem sei se esta informação é relevante ou não.
Certo dia, estava eu na 3ª classe, distraída - como sempre, despachada da tarefa - como sempre, olhava para a turma no geral - como sempre.
Eu sentadinha na fila da sala, na minha carteira que era enoooorme (hoje se olhar para ela deve ser minúscula) que estava ao lado da porta e na porta, encostada à ombreira, a minha querida Micanda a falar com outra professora, se não estou em erro a Luísa (essa nunca foi minha professora).
Estava eu despachada dos afazeres e comecei a balouçar a cadeira nas pernas de trás. Um balancinho pequeno. Outro um bocadinho maior e a dada altura as costas da minha cadeira encontraram a carteira do colega de trás, suavemente.
Lembro-me da Micanda dizer que eu devia parar com a brincadeira porque ianda caía e lembro-me de, teiosamente, dizer que não.
Baloucinho, balouçadela, balancete, baloução, a mesa de trás a ir-se desviando aos poucos e catrapum, Vanda no meio do chão.
Foi giro e aprendi a lição.
(E daí talvez não)
sexta-feira, março 20, 2009
Outra memória com 9 anos
Hoje a minha mãe e a minha tia fazem anos.
Há 9 anos atrás almoçámos juntas as três, sozinhas, foi a única vez até hoje.
A minha tia estava a tirar um curso perto do H. S. José, eu estava na faculdade e a minha mãe tinha o dia para ela. Lá fomos ter com a minha tia e almoçámos ali perto.
Soubera eu o que sei hoje. Imaginara eu que hoje as coisas estariam assim.
Tenho tanta pena que hoje elas não estejam juntas. Não devia ser assim, duas irmãs, especialmente gémeas, não se deviam afastar.
Neste almoço há 9 anos acharam que éramos três irmãs. Pudera! A diferença de idade de mim para elas são apenas 19 anos!
Há 9 anos atrás almoçámos juntas as três, sozinhas, foi a única vez até hoje.
A minha tia estava a tirar um curso perto do H. S. José, eu estava na faculdade e a minha mãe tinha o dia para ela. Lá fomos ter com a minha tia e almoçámos ali perto.
Soubera eu o que sei hoje. Imaginara eu que hoje as coisas estariam assim.
Tenho tanta pena que hoje elas não estejam juntas. Não devia ser assim, duas irmãs, especialmente gémeas, não se deviam afastar.
Neste almoço há 9 anos acharam que éramos três irmãs. Pudera! A diferença de idade de mim para elas são apenas 19 anos!
Curso de espeleologia
Está a fazer algures em Março (creio que 11 e 12 / 18 e 19) 9 anos que eu, a C. e a B. fomos fazer um curso de espeleologia, dois fins de semana, muito entusiasmo, uma esperança (vã) de utilização prática.
Quantas imensas fantásticas boas e más recordações tenho desse curso!
Sem dúvida uma memória a desenvolver.
Mas deixo aqui este episódio hilario-humilhante da minha pessoa.
Por esta altura andava eu durante a semana a tratar de véus e grinaldas (mentira, era só véus) e ao fim de semana ia para o curso, lá para trás donde o diabo perdeu as botas.
O primeiro fim de semana consistiu em aprendermos técnicas de escalada. Fomos treinar esta técnica numa esscarpa, aquilo devia ter uns 30 metros de altura, era uma reentrância na rocha com uns 25 e uma superfície rija de calcário mais saliente com uns 5.
E entre todos os colegas que já nem me lembro quais foram lá vão a boa da C., da B. e eu. a subir tuca-tuca-tuca-por ali acima, entusiasmadas e tal e coiso.
Chegadas lá acima toca de descer e passar a corda a outro e não ao mesmo.
E eu que nem tenho vertigens começo a olhar cá para baixo e nem pensar. No way, nem pensar que me apanhavam a descer aquilo.
Tinha que "dar as costas" à escarpa, pôr os pés na parte saliente da rocha, descer aos "saltinhos" aqueles 5 metros e depois... depois é que a porca torcia o rabo! Sentar-me no ar, literalmente, sem apoio nenhum, com um "cordel" a suportar o meu peso. Fiz a primeira tentativa, e entrei em pânico e agarrei-me à rocha e sem saber como nem porquê lá me vi achada outra vez em cima da escarpa. Um bocadito mais arranhada e tal.
Ora isto foi sucedendo do mesmo modo um sem número de vezes, os colegas iam e vinham e eu ali sentadinha a olhar a pensar como é que ia descer. Digamos que em cima da escarpa não havia muito espaço mas eu já imaginava um saco cama e um helicóptero a trazer-me comida uma vez por semana e fazer xixi num bacio. Sim, porque a dada altura comecei a ficar imensamente aflita para ir à casa-de-banho.
Alguém entretanto avisa-me que o Thunder me estava ligar. Óh bolas... e eu ali em cima. Pedi para atenderem e dizer que se clahar não ia haver casamento porque eu não conseguia descer dali.
Entre risos humorísticos e meio histéricos a vontade de fazer xixi era cada vez maior.
Motivada pela vontade de fazer xixi lá acabei por descer.
E querem saber que mais? Depois de fazer o meu xixizinho e ter aliviado a quantidade de roupas (que entretanto o calor começou a apertar) tomei-lhe o gosto e não queria outra coisa. Subir - descer - subir - descer.. Afinal era simples e absolutamente fantástico!
Quantas imensas fantásticas boas e más recordações tenho desse curso!
Sem dúvida uma memória a desenvolver.
Mas deixo aqui este episódio hilario-humilhante da minha pessoa.
Por esta altura andava eu durante a semana a tratar de véus e grinaldas (mentira, era só véus) e ao fim de semana ia para o curso, lá para trás donde o diabo perdeu as botas.
O primeiro fim de semana consistiu em aprendermos técnicas de escalada. Fomos treinar esta técnica numa esscarpa, aquilo devia ter uns 30 metros de altura, era uma reentrância na rocha com uns 25 e uma superfície rija de calcário mais saliente com uns 5.
E entre todos os colegas que já nem me lembro quais foram lá vão a boa da C., da B. e eu. a subir tuca-tuca-tuca-por ali acima, entusiasmadas e tal e coiso.
Chegadas lá acima toca de descer e passar a corda a outro e não ao mesmo.
E eu que nem tenho vertigens começo a olhar cá para baixo e nem pensar. No way, nem pensar que me apanhavam a descer aquilo.
Tinha que "dar as costas" à escarpa, pôr os pés na parte saliente da rocha, descer aos "saltinhos" aqueles 5 metros e depois... depois é que a porca torcia o rabo! Sentar-me no ar, literalmente, sem apoio nenhum, com um "cordel" a suportar o meu peso. Fiz a primeira tentativa, e entrei em pânico e agarrei-me à rocha e sem saber como nem porquê lá me vi achada outra vez em cima da escarpa. Um bocadito mais arranhada e tal.
Ora isto foi sucedendo do mesmo modo um sem número de vezes, os colegas iam e vinham e eu ali sentadinha a olhar a pensar como é que ia descer. Digamos que em cima da escarpa não havia muito espaço mas eu já imaginava um saco cama e um helicóptero a trazer-me comida uma vez por semana e fazer xixi num bacio. Sim, porque a dada altura comecei a ficar imensamente aflita para ir à casa-de-banho.
Alguém entretanto avisa-me que o Thunder me estava ligar. Óh bolas... e eu ali em cima. Pedi para atenderem e dizer que se clahar não ia haver casamento porque eu não conseguia descer dali.
Entre risos humorísticos e meio histéricos a vontade de fazer xixi era cada vez maior.
Motivada pela vontade de fazer xixi lá acabei por descer.
E querem saber que mais? Depois de fazer o meu xixizinho e ter aliviado a quantidade de roupas (que entretanto o calor começou a apertar) tomei-lhe o gosto e não queria outra coisa. Subir - descer - subir - descer.. Afinal era simples e absolutamente fantástico!
quinta-feira, março 19, 2009
Porque hoje é dia do pai
Continuo sem saber o que sentir neste dia, mas sem dúvida que me sinto uma sortuda por ainda ter o meu pai perto de mim e poder estar com ele.
terça-feira, março 17, 2009
Este é "aquele remédio": Vi-daylin
Olhem para eles tão felizes, os bonecos, estavam felizes porque tomavam o xarope (isto era o que eu pensava. Depois cresci.)
"Aquele" remédio
Havia um remédio que eu tomava, um xarope amarelo forte, viscoso, de cheiro intenso.
Não me lembro muito do sabor. Lembro-me do cheiro.
E que tinha uma embalagem branca com desenhos de meninos de mãos dadas e que o rótulo do frasco que era castanho era em tudo semelhante à embalagem.
Acho que eram vitaminas.
Não me lembro muito do sabor. Lembro-me do cheiro.
E que tinha uma embalagem branca com desenhos de meninos de mãos dadas e que o rótulo do frasco que era castanho era em tudo semelhante à embalagem.
Acho que eram vitaminas.
Do acidente de carro que fez ontem 24 anos
Até onde terão ido as consequências daquela noite?
Até que ponto são as minhas memórias as memórias comuns? Serão elas verdadeiras?
Quanto muito posso relatar aqui factos do modo como os vi / vivi/ senti. Tenho no entanto a perfeita consciência que poderão não corresponder à realidade e no entanto até fazer o puzzle completo seria necessário juntar tantas mais memórias dos mesmo factos.
Então retomo a narrativa:
Naquela noite de Março o meu pai impossibilitado de levar o meu irmão às 11 e tal para as urgências deixou-o em casa da minha mãe.
Lembro-me nitidamente de percorrer aqueles quase 400 m noite cerrada rua acima, de braço ao peito num curativo improvisado com paus e ligaduras que os socorristas fizeram, caladinha que nem um rato não fosse o meu pai enervar-se ainda mais.
Chegados a casa da minha mãe lembro-me dele tocar à campaínha do prédio, de pedir à minha mãe para descer e de já no hall ela ficar irritadíssima e pedir para ele levar o meu irmão também. Lembro-me de o meu irmão querer ficar com ela, de o meu pai dizer que não o podia levar (vejamos, eu teria 9 anos e o meu irmão 7), que a I. nos vinha buscar e que íamos ao hospital que ela devia compreender.
Lembro-me do ar aborrecido da minha mãe de quem fcou com todos os planos de fim-de-semana estragados.
Nas minhas recordações e hoje, adulta, consigo compreender porquê no entanto este espaço é para as minhas recordações e não para conclusões sobre as vidas de ninguém, ainda que a vida da minha mãe tenha levado a que eu tenha esta recordação.
Tudo está intrincado.
O meu pai, nessa noite, revelou-se uma pessoa mais calma do que eu pensei ou teria visto numa situação de crise e a minha revelou um pouco do que eu mais tarde viria a verificar inúmeras vezes.
Sem dúvida essa noite marcou-me. Não por uma porcaria de um gesso.
Marcou porque chegados ao hospital e não sendo aquele o da área de residência e não querendo eles fazer qualquer RX o meu pai ia literalmente partindo aquilo tudo por causa de um bracito.
Marcou porque a minha I. (que na altura não teria nenhuma obrigação de me levar a um hospital a não ser a dos laços que estava a criar com o meu pai) foi impecável.
Marcou porque no regresso pensava eu que a I. iria ficar a dormir com o meu pai e eu no sofá mas não, eu dormi com o meu pai e ela foi para casa.
Marcou porque a minha mãe ficou como fim-de-semana estragado e com outros dias da semana - aqueles em que eu tinha que ir avaliar a evolução das melhoras.
E por último marcou porque estive imensos anos sem querer tirar a carta!
Até que ponto são as minhas memórias as memórias comuns? Serão elas verdadeiras?
Quanto muito posso relatar aqui factos do modo como os vi / vivi/ senti. Tenho no entanto a perfeita consciência que poderão não corresponder à realidade e no entanto até fazer o puzzle completo seria necessário juntar tantas mais memórias dos mesmo factos.
Então retomo a narrativa:
Naquela noite de Março o meu pai impossibilitado de levar o meu irmão às 11 e tal para as urgências deixou-o em casa da minha mãe.
Lembro-me nitidamente de percorrer aqueles quase 400 m noite cerrada rua acima, de braço ao peito num curativo improvisado com paus e ligaduras que os socorristas fizeram, caladinha que nem um rato não fosse o meu pai enervar-se ainda mais.
Chegados a casa da minha mãe lembro-me dele tocar à campaínha do prédio, de pedir à minha mãe para descer e de já no hall ela ficar irritadíssima e pedir para ele levar o meu irmão também. Lembro-me de o meu irmão querer ficar com ela, de o meu pai dizer que não o podia levar (vejamos, eu teria 9 anos e o meu irmão 7), que a I. nos vinha buscar e que íamos ao hospital que ela devia compreender.
Lembro-me do ar aborrecido da minha mãe de quem fcou com todos os planos de fim-de-semana estragados.
Nas minhas recordações e hoje, adulta, consigo compreender porquê no entanto este espaço é para as minhas recordações e não para conclusões sobre as vidas de ninguém, ainda que a vida da minha mãe tenha levado a que eu tenha esta recordação.
Tudo está intrincado.
O meu pai, nessa noite, revelou-se uma pessoa mais calma do que eu pensei ou teria visto numa situação de crise e a minha revelou um pouco do que eu mais tarde viria a verificar inúmeras vezes.
Sem dúvida essa noite marcou-me. Não por uma porcaria de um gesso.
Marcou porque chegados ao hospital e não sendo aquele o da área de residência e não querendo eles fazer qualquer RX o meu pai ia literalmente partindo aquilo tudo por causa de um bracito.
Marcou porque a minha I. (que na altura não teria nenhuma obrigação de me levar a um hospital a não ser a dos laços que estava a criar com o meu pai) foi impecável.
Marcou porque no regresso pensava eu que a I. iria ficar a dormir com o meu pai e eu no sofá mas não, eu dormi com o meu pai e ela foi para casa.
Marcou porque a minha mãe ficou como fim-de-semana estragado e com outros dias da semana - aqueles em que eu tinha que ir avaliar a evolução das melhoras.
E por último marcou porque estive imensos anos sem querer tirar a carta!
segunda-feira, março 16, 2009
O 1º acidente de carro
Faz hoje 24 anos que tive o primeiro acidente de carro.
Os meus pais tinham-se divirciado há pouco tempo, era fim-de-semana no meu pai e fomos jantar a casa de um casal amigo dele. O amigo ofereceu-se para nos levar a casa e catrapum.
O meu irmão bateu com a cabeça, fez um golpe, chamou-se a cruz vermelha, e acabei eu a ir para o hospital. Quando passou algum tempo o meu pulso inchou imenso e lá foi o meu pai pôr o meu irmão em casa da minha mãe, chamar a que hoje é a minha 2ª mãe e lá foi ela àquela hora da noite connosco para Santa Maria.
Depois do meu pai ter que armar um banzé lá fizeram RX e a luxação estava comprovada. Gesso e pronto.
Essa noite passei-a sozinha com o meu pai. Acho que foi a única.
Os meus pais tinham-se divirciado há pouco tempo, era fim-de-semana no meu pai e fomos jantar a casa de um casal amigo dele. O amigo ofereceu-se para nos levar a casa e catrapum.
O meu irmão bateu com a cabeça, fez um golpe, chamou-se a cruz vermelha, e acabei eu a ir para o hospital. Quando passou algum tempo o meu pulso inchou imenso e lá foi o meu pai pôr o meu irmão em casa da minha mãe, chamar a que hoje é a minha 2ª mãe e lá foi ela àquela hora da noite connosco para Santa Maria.
Depois do meu pai ter que armar um banzé lá fizeram RX e a luxação estava comprovada. Gesso e pronto.
Essa noite passei-a sozinha com o meu pai. Acho que foi a única.
A história deste blog
Há algum tempo que penso "um dia destes tenho que fazer um blog para anotar os episódios mais passados de que me vou lembrando".
Hoje assinala-se uma data. Não muito boa mas que, como todos os acontecimentos, serviu de aprendizagem, porque nem todas as coisas que acontecem acontecem por acontecer e quem me conhece sabe que uma das minhas políticas é tentar perceber e captar os sinais e tentar aprender com o que vai acontecendo.
E assim foi.
Hoje assinala-se uma data. Não muito boa mas que, como todos os acontecimentos, serviu de aprendizagem, porque nem todas as coisas que acontecem acontecem por acontecer e quem me conhece sabe que uma das minhas políticas é tentar perceber e captar os sinais e tentar aprender com o que vai acontecendo.
E assim foi.
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